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domingo, 10 de março de 2019

Como é ser mãe empregada e separada?

Ser mãe trabalhadora e separada

Aliada à necessidade de independência económica que é o garante da independência da mulher em relação ao homem em geral e ao pai, ao marido em particular, a mulher mãe aquando de uma separação matrimonial, vê-se nos nossos dias completamente armadilhada pelo poder patriarcal, nas suas velhas e novas formas de manifestação, na maior parte dos casos sem disso ter consciência. 

Por um lado, os dados estatísticos (para quem gosta de estatísticas) conferem que os salários das mulheres, mesmo em funções iguais são inferiores aos dos seus pares, homens. A subida na carreira para cargos de administração ou da presidência, são praticamente inacessíveis no privado e no público. Por outro lado, o tempo para cuidar e estar com os filhos é praticamente inexistente. Assim  está criada uma poderosa ratoeira. 

Para ficar com os filhos e ou filhas as mulheres tem que trabalhar, mas para trabalhar não podem ficar com os filhos e ou filhas!...

Nas situações que chegam ao conhecimento da ação social e dos serviços sociais das instituições que realizam intervenção social no terreno, é frequente a coexistência de dificuldades económicas, violência psicológica e física sobre a mãe que se quer separar do pai da criança.

A mãe é frequentemente, ou pelo menos mais do que o desejável, sendo a situação comprovada por, assistentes sociais, juízes e juízas, separada dos filhos e ou das filhas por insuficiência económica, por alegados problemas de saúde mental, devido a depressões ou outras consequências de vidas em comum pouco saudáveis, ou ainda, por  razões relacionadas com a impossibilidade de conciliar o tempo de trabalho remunerado, fora de casa, com a azáfama da vida familiar.

O quotidiano vivenciado pelas mães que se vêm a braços com uma separação do pai dos filhos e ou das filhas, o que de certa forma pode estar relacionado em parte, ao facto de a mulher funcionar dominantemente com o lado direito do cérebro, mais ligado ao emocional e intuitivo, por contraposição ao lado esquerdo, mais relacionado com a lógica e razão, leva a que a mulher viva esta separação com uma maior intensidade psicológica do que a generalidade dos homens, tornando-se tremendamente duro e sofrido para a mulher mãe, a gestão do quotidiano do trabalho, dos filhos e da agressividade latente, que na maior parte dos casos existe dentro das quatro paredes a que comummente se chama lar, quando se está num processo de ruptura familiar.

Sim, é fácil numa sociedade dominada pelos valores da lógica, da razão, do comprovado cientificamente, em detrimento das emoções, das sensações, das intuições e atrevo-me a falar de amor em sentido lato, declarar perante um tribunal que o pai corresponde de forma mais alinhada ao que a sociedade patriarcal estipulou como as condições necessárias ao crescimento saudável e do bem estar, de uma criança.

O drama que a mãe vive na separação é ainda mais acentuado quando o filho ou filha é ainda bebé, onde os laços entre a mãe e a criança são indubitavelmente mais fortes e imprescindíveis para o desenvolvimento dos seres humanos.

Assim, vezes demais a lei é aplicada de acordo com a proclamada igualdade entre homens e mulheres e corta a direito, prevalecendo nas decisões dos tribunais, variáveis alinhadas com o poder económico e com os comportamentos e valores dominantes: O racional, o lógico e o prático, deixando de lado as dimensões afectivas e emocionais.

Que ser humano, homem ou mulher preferiria o bem estar económico ao amor de sua mãe? A resposta é muito fácil quando dada com o coração, o problema é que ninguém nos ensinou a falar com o coração e por isso muitas das decisões não estão internamente alinhadas com a essência feminina.

Para pessoas equilibradas, onde o bom senso aliado ao facto de os filhos não servirem propósitos egóicos. Ricas e ou pobres, que se amam e portanto amam os seus filhos e suas filhas, estas situações limite não se colocam com estes contornos e portanto, o aqui expressado não os tem por referência.
AMFM