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domingo, 12 de fevereiro de 2017

A Mulher na Bíblia

Miguel Ângelo no tecto da Capela Sistina
 "Salvé Maria, cheia  de graças" canta Gabriel, o anjo que vem anunciar a Maria a sua maternidade virginal: primeira saudação do céu à terra nos Evangelhos.
"Eu sei que tu és bela"
exclama Abraão ao glorificar Sara sua esposa: primeira palavra dirigida por um homem a uma mulher na Bíblia.
Beleza, plenitude de graças, maternidade, "glória do Homem", dirá o apóstolo Paulo, mas também "glória de Deus", acrescentará num registo mais subtil.É esta a mulher que eu gostaria de celebrar nestas páginas, eu mulher cheia de uma tal riqueza e por vezes tão dorida de a não poder dar à luz!
Ao dizer isto, abordo desde logo três níveis do feminino:

- a mulher que eu sou no plano biológico;
- O feminino "outro lado de Adão", o da interioridade do homem e da mulher de que este livro vai tratar;
- e também a humanidade inteira (homens e mulheres) feminina relativamente a Deus.

A humanidade é a "glória de Deus", que o Verbo põe à cabeça da Criação no "Tu" nascido do seu "Eu" divino desde a primeira letra do Bereshit. O Bereshit é o livro do Génesis, assim chamado em hebreu devido à primeira palavra que a compõe, a qual, segundo assegura a Tradição, contém a totalidade do Tora. por sua vez a primeira palavra. acrescenta ela, confia o seu segredo à primeira letra, o beit. A letra beit abre e percorre o nosso livro sagrado. ela é o "Tu" jorrado dos lábios divinos como uma semente de amor entregando esse "outro" que não pode ser outro sem romper o infinito de Deus!
Mas, ó maravilha, ela é ruptura e não-ruptura; semeada por Ele, contém a sua infinidade; criada, ela é a matriz do Incriado; em face d`Ele. ela é o "dois": está também sujeita à dualidade: constituída por pólos opostos e complementares, um dos quais não pode ser sem o outro, esta é recapitulada no homem e na mulher.
Annick de Souzenelle, O Feminino Do Ser, para acabar de vez com a costela de Adão,1997 Pág,9,10
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