Ao longo da análise da relação entre classe social e os rendimentos, observaram-se comportamentos distintos em termos de género. Neste sub capítulo, pretendemos entender e explicar a autoimagem que mulheres e homens têm da sua situação actual de pobreza e de como se projectam daqui a cinco anos.
Em relação à abordagem de género, verificamos que na classificação do estudo, 61% das mulheres são classificadas na classe social muito pobre, porém apenas 12%, se auto classifica nesta classe social, verificando-se um decréscimo de 80% entre estas duas dimensões, a classificação do estudo e a auto classificação, facto que revela um certo optimismo por parte das mulheres da classe muito pobre em relação à sua percepção actual.
Comparativamente, os homens classificados na classe social muito pobre, revelam a mesma tendência, porém com um decréscimo não tão acentuado, pela classificação do estudo, representavam 33% e passaram para 16% no momento da auto classificação (ver gráfico n.º 13). Assim, relativamente aos homens, comparando a percentagem entre a classificação do estudo e a verificada aquando da auto classificação, verifica-se uma descida de 52%.
Na classe social pobre, verificamos que, pela classificação do estudo, 35% das mulheres são classificadas nesta classe e na auto classificação desce para 31% representando uma diminuição de 11%. Mantendo, neste sentido, a mesma linha de optimismo.
Comparativamente, os homens da classe social pobre mantêm a mesma tendência porém, com um decréscimo de 17%. A classe social pobre que na classificação do estudo corresponde a 46%, passa para 38% no momento da auto classificação.
Na classe social média baixa, verificamos que a classificação do estudo não compreende mulheres, porém, aquando da auto classificação, 38% reveem-se nesta classe social. Verifica-se uma elevadíssima subida entre estas duas dimensões, o que revela uma atitude marcadamente positiva por parte das mulheres em relação à situação de pobreza em que se encontram.
Comparativamente, nos homens da classe média baixa verifica-se um aumento de 124% entre a classe social definida pelo estudo e auto classificação. A classe social média baixa, que na classificação do estudo, representava 17% dos homens, passa para 38% no momento da auto classificação.
Na classe social média, verificamos que na classificação do estudo esta representava 4% das mulheres e, no momento da auto classificação passou a apresentar 19%. Verifica-se uma elevada subida, de 375%, entre estas duas dimensões, mostrando mais uma vez a atitude positiva por parte das mulheres.
Relativamente à classe média, tanto na classe social do estudo, como na auto classificação, apresenta somente mulheres na sua composição, sendo que os homens são classificados e auto classificaram-se noutras classes sociais.
Em resumo, considera-se que a maioria do(a)s entrevistado(a)s percepciona a sua condição actual mais favorável do que ela é na realidade, vista pelos olhos de quem olha a pobreza através dos indicadores oficiais de pobreza. Ao nível da análise de género, verifica-se uma atitude mais positiva por parte das mulheres comparativamente à dos homens, que se auto classificam em maior número nas classes sociais mais altas.
Em termos da projecção a cinco anos, esta abordagem de género permite-nos entender que são sobretudo as mulheres que se colocam em situações mais optimistas, pois direccionam a sua preferência para as classes média, média baixa, com 35% em cada uma. Os homens em maior número nas classes média baixa com 38%, e muito pobre 25%, verificando-se, na generalidade, uma atitude menos optimista por parte dos homens do que das mulheres.
Na projecção a cinco anos, verifica-se um ténue aumento da classe muito pobre e um pequeno decréscimo na classe média baixa.
Regista-se a projecção a cinco anos de um único homem, na classe média alta, apesar de se ter auto classificado na classe social pobre e de, segundo o estudo, estar classificado na muito pobre, deixando no ar a possibilidade de um melhor futuro a médio prazo.

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