A sociedade através do que convencionou chamar, moda, constrói modelos mais ou menos claros do que é esperado que as mulheres correspondem em termos estéticos.
Os grandes costureiros são homens, o que torna ainda mais complicado a análise do fenómeno, a maior parte gays, o quer dizer que os modelos são idealizados de forma a que as mulheres encaixem no ideal de beleza não de homens que gostam de mulheres, mas sim de homens que gostam de homens e que portanto idealizam uma mulher que não lhes faça concorrência.
Perante esta dualidade existente em ambos os sexos, por um lado o que os homens gostam nas mulheres, por outro os que os homens gays supostamente idealizam que os homens não gays gostam numa mulher, a mulher que foi educada para agradar aos homens tratará de forma irreflectida, de usar e abusar desse modelito supostamente ao gosto do homem, sem se questionar sobre o seu próprio gosto e sentido estético. Há como que uma anulação da estética inerente ao ser mulher no feminino, perante uma manipulação evidente do mundo dos homens homossexuais.
Tratam-se de costureiros que gostam de homens, então pergunto que tipo de imagem pretendem conferir à mulher?
A imagem que os costureiros gays pensam que os homens gostam na mulher ou a imagem que afaste os homens das mulheres de forma a diminuir ou diluir as diferenças entre os gays e as mulheres de forma a assegurarem a sua aceitação no mundo dos homens. Tanto eles como as mulheres pretendem chegar ao mesmo objectivo, assim sendo e tendo nas suas mãos a barby em que se tornou a mulher objecto da publicidade que têm eles feito da imagem natural do corpo da mulher?
Quererão eles que as mulheres se apresentem “belas” e atractivas aos olhos do seu objecto de desejo? ou mesmo que inconscientemente tornam as mulheres o menos expressivas possível na sua feminilidade, de formas direitas como eles, sem seios, sem ancas, sem rabo, enfim sem o que é próprio e natural nas mulheres. Fazendo com que as mulheres sejam ridicularizadas e desvalorizadas esteticamente se tiverem formas arredondadas e sejam apreciadas pela sua magreza e quase ausência de sinais femininos. Sim se vermos bem as mulheres manequins e as top models usadas pela moda dominada por homens gays não passam de meninas com corpos de rapazes.
As mulheres não têm passado de meras marionetas nas mãos de seres que consciente ou inconscientemente invejam as suas formas e por isso desvalorizam tudo o que é natural nelas.
Seria interessante ver se nos nossos dias, em que já existem mais mulheres estilistas, se os seus modelos estéticos são diferentes dos criados pelos homens estilistas, ou se a contaminação secular do idealizado estereótipo masculino gay já faz parte integrante da imagem da mulher sobre si própria.
Esta contaminação de que aqui falo impede na grande maioria dos casos, a separação que propicie o entendimento da mulher sobre o seu próprio corpo e imagem e como ele inter-age com as modas ditadas pelos estilistas homens. Na raiz reside a questão sobre a proximidade ou não do estereótipo elaborado pelo homem para a mulher, do potencial elaborado pela mulher para si própria.
Séculos de aculturação fazem com que seja neste momento quase impossível encontrar a verdade, a essência da mulher no universo das mulheres, contudo, através de um trabalho sistemático de desconstrução das regras e comportamentos, secularmente impostos pelo modelo patriarcal as mulheres poderão aproximar-se da sua verdadeira essência, questionarem determinados padrões estéticos que sintam que não são os seus, mas sim os sugeridos e impostos pelos ideais projectados dos homens e aí assertarem o passo entre a sua dimensão interna e o modelo social vigente, onde o ser e nascer mulher implica uma readaptação interna e externa às regras construídas para elas.
O medo projectado sobre as mulheres faz com que elas se submetam sem protestar ou sem se rebelarem durante séculos até aos nossos dias, tornando-as as mais ferozes guardiãs destas práticas e pensamentos com a esperança de se tornarem aliadas e portanto reconhecidas pelos homens que admiram e que tanto se esforçam por agradar.

A.M.F.M.
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