Ser mãe trabalhadora e separada
Aliada à necessidade de independência económica que é o garante da independência da mulher em relação ao homem em geral e ao pai, ao marido em particular, a mulher mãe aquando de uma separação matrimonial, vê-se nos nossos dias completamente armadilhada pelo poder patriarcal, nas suas velhas e novas formas de manifestação, na maior parte dos casos sem disso ter consciência.
Os dados estatísticos (para quem gosta de estatísticas) conferem que os salários das mulheres, mesmo em funções iguais é inferior aos dos seus pares homens.
Se por um lado a ascensão na carreira para cargos de administração ou de presidência no privado e no público, são praticamente inacessíveis, por outro lado o tempo para cuidar e estar com os filhos e ou filhas é praticamente inexistente.
Assim, temos uma tremenda, invisível e omissa ratoeira, para ficar com os filhos e ou as filhas, tem que trabalhar, mas para trabalhar não pode ficar com os filhos e ou as filhas!...
Nas situações que chegam ao conhecimento da ação sociale dos serviços sociais das instituições que intervém ao nível da intervenção social, é frequente a coexistência de dificuldades económicas, violência psicológica e física sobre a mãe que se quer separar do pai da criança.
A mãe é frequentemente, ou pelo menos mais do que o desejável, e isto é comprovado por assistentes sociais, juízes e juízas, separada dos filhos e ou das filhas por insuficiência económica, por falta de tempo, ou por alegados problemas de saúde mental, devido a depressões ou outras consequências de vidas em comum pouco saudáveis.
O quotidiano vivenciado pelas mães que se vêm a braços com uma separação do pai dos filhos e ou das filhas, explicado pelo facto de a mulher funcionar dominantemente com o lado emocional e intuitivo do cérebro, lado direito em detrimento do esquerdo, lógico, racional, faz com que a intensidade psicológica com que vive uma separação seja muito superior à do homem, tornando-se tremendamente dura a gestão do quotidiano do trabalho, dos filhos e ou das filhas e da agressividade latente, que na maior parte dos casos existe dentro das quatro paredes a que comumente se chama lar.
Sim, é fácil numa sociedade dominada pelos valores da lógica, da razão, do comprovado cientificamente, em detrimento das emoções, das sensações, das intuições e atrevo-me a falar de amor em sentido lato, declarar perante um tribunal que o pai corresponde de forma mais alinhada ao que a sociedade patriarcal estipulou como as condições necessárias ao crescimento saudável de um ser humano.
O drama que a mãe vive na separação é ainda mais acentuado quando o filho ou filha é ainda bebé, onde os laços entre a mãe e o filho e ou filha são indubitavelmente mais fortes e imprescindíveis.
Assim, vezes demais a lei é aplicada de acordo com a proclamada igualdade entre homens e mulheres e corta a direito, prevalecendo nas decisões dos tribunais, variáveis alinhadas com o poder económico e um comportamento assertivo com os valores dominantes, o racional, o lógico e o prático, deixando de lado as dimensões afectivas e emocionais necessárias a qualquer ser humano saudável.
Que ser humano, homem ou mulher preferiria o bem estar económico ao amor de sua mãe? A resposta é muito fácil quando dada com o coração, o problema é que ninguém nos ensinou a falar com o coração e por isso muitas das decisões não são alinhadas internamente com a nossa essência feminina.
Para homens e mulheres equilibrados, ricos ou pobres e que se amam a si próprios e portanto amam os seus filhos e filhas, estas situações limite não se colocam com estes contornos e portanto, o que aqui é analisado não os tem por referência.
Que ser humano, homem ou mulher preferiria o bem estar económico ao amor de sua mãe? A resposta é muito fácil quando dada com o coração, o problema é que ninguém nos ensinou a expressar com palavras o sentir do coração e por isso muitas das decisões não são alinhadas internamente com a nossa essência feminina.
Para homens e mulheres psicologicamente equilibrados, ricos ou pobres e que se amam a si próprios e portanto amam os seus filhos e ou filhas, estas situações limite não se colocam com estes contornos e portanto, o que aqui é analisado não os tem por referência.
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Ana Ferreira Martins
Ana Ferreira Martins