A relação com a nossa mãe é internamente mal resolvida.
Mulheres divididas na sua essência pelo modelo patriarcal, ou se tornam mulheres revoltadas ou mulheres completamente aculturadas pelo modelo dominante que tendem a viver numa zona de conforto criada artificialmente para elas e ou por elas, perfeitamente enquadrada nas regras religiosas, culturais e nas espectativas masculinas para a sociedade em geral e para o feminino em particular.
As mães terrenas frustradas, as que sempre contestaram o poder do marido, do pai e também da mãe que compactuou com o poder patriarcal. Revoltadas, nunca fizeram as pazes com as suas mães e nunca em consciência entenderão o porquê!… Esta falta de consciência cria-lhes um inevitável e irremediável mal estar, que na maioria dos casos transportam consigo de vida em vida. Podemos mesmo falar de um feminino enclausurado.
Todas as mães terrenas têm um misto de amor e ódio pelas suas filhas e por si próprias. Amor porque são parte delas, vendo-se através das mesmas reflectidas num já velho e gasto espelho.
Ódio, porque não se conseguem libertar dos grilhões patriarcais e percebem que também as suas filhas não reúnem as forças necessárias para o fazer, apesar das modernidades apregoadas.
Ana Maria Ferreira Martins

Mulheres divididas na sua essência pelo modelo patriarcal, ou se tornam mulheres revoltadas ou mulheres completamente aculturadas pelo modelo dominante que tendem a viver numa zona de conforto criada artificialmente para elas e ou por elas, perfeitamente enquadrada nas regras religiosas, culturais e nas espectativas masculinas para a sociedade em geral e para o feminino em particular.
As mães terrenas frustradas, as que sempre contestaram o poder do marido, do pai e também da mãe que compactuou com o poder patriarcal. Revoltadas, nunca fizeram as pazes com as suas mães e nunca em consciência entenderão o porquê!… Esta falta de consciência cria-lhes um inevitável e irremediável mal estar, que na maioria dos casos transportam consigo de vida em vida. Podemos mesmo falar de um feminino enclausurado.
Todas as mães terrenas têm um misto de amor e ódio pelas suas filhas e por si próprias. Amor porque são parte delas, vendo-se através das mesmas reflectidas num já velho e gasto espelho.
Ódio, porque não se conseguem libertar dos grilhões patriarcais e percebem que também as suas filhas não reúnem as forças necessárias para o fazer, apesar das modernidades apregoadas.
Ana Maria Ferreira Martins