O fenómeno da exclusão não é um fenómeno recente. Contudo, o seu enquadramento tem vindo, ao longo dos tempos, a tomar contornos específicos e característicos a cada época e conjuntura político-social.
Todos, num dado momento das nossas vidas, nos sentimos por um ou por outro motivo vítimas da exclusão social.
Existem, no entanto, indivíduos que diariamente sentem na pele as mais variadas formas de exclusão social e de marginalização.
MECANISMOS GERADORES DE EXCLUSÃO SOCIAL:
A competitividade cada vez mais agressiva que se vive nos locais de trabalho, a agressividade diária dos meios de comunicação social e a permanente transformação estrutural, são fatores que provocam sérias distorções em termos de comportamento sociopsicológico nos indivíduos.
A velocidade com que a tecnologia se desenvolve e inunda os mercados de trabalho e o dia-a-dia das pessoas provoca enormes fossos entre as gerações, categorias profissionais e sociedades em geral.
O desenfreado crescimento tecnológico não acompanha o desenvolvimento do tecido sociocultural, criando situações complexas e difíceis de ser ultrapassadas.
Estes desajustamentos conduziram a sociedade a formas menos humanizadas de interação, criando uma franja de indivíduos que, por motivos mais ou menos claros, não se conseguem adaptar a esta forma de vida.
Surgem diariamente novos casos de exclusão social, devidos, na sua maioria, à dificuldade que alguns seres humanos têm de se adaptar a normas extremamente rígidas de concorrência, fortemente associadas ao conceito de sucesso das sociedades economicistas e capitalistas.
A desumanização da sociedade e a perca de laços de solidariedade entre os indivíduos que a compõem, facilita e propicia o crescimento e desenvolvimento de formas marginais de sobrevivência.
Digamos que é a própria sociedade que gera no seu seio as mais diferentes formas de exclusão social e que, como qualquer organismo vivo que não consegue digerir determinado produto, naturalmente o expele, como não fazendo parte do seu todo.
É necessário criar meios para tornar esta sociedade em que vivemos mais solidária e mais humana, dando lugar ao diferente, e em que não se tente criar estereótipos "televisivos".
Cada ser tem a sua própria individualidade que tem de ser respeitada:
Talvez mais importante do que reinserir pessoas nesta sociedade, será criar ou desenvolver espaços que permitam respeitar a diferença de interesses entre as pessoas.
A exclusão já não é só um problema dos que nascem pobres, é também um problema das famílias com sobrecargas de horários, com pouco tempo para os filhos e para eles próprios, que leva a situações consecutivas de depressões, de consumo de drogas de todos os tipos, não apenas as proibidas.
Nos nossos dias, a família como instituição, possui contornos bem diferentes dos tradicionais.
Não há tempo para comunicar e para partilhar, mas sim uma tendência para um certo autismo do indivíduo no seio da família e, por conseguinte, na sociedade. ex.: papel da televisão
A família como instituição, já não é, essencialmente nas grandes cidades, o suporte e a proteção que lhe era característica e que vigora ainda em pequenas localidades, onde os laços de solidariedade continuam bastante fortes.
Quando falamos de núcleo familiar na sociedade atual já não falamos do modelo tradicional que imediatamente lhe associamos.
Mesmo sabendo e vivenciando na prática do dia a dia, que o modelo da mãe não é mais o da senhora simpática, sempre com um sorriso nos lábios e o bolo de mel no forno pronto a sair à hora do lanche, nem o de pai o que ao fim da tarde se senta calmamente no sofá a ler o jornal, enquanto as crianças brincam, continuamos a romancear o papel imaginário que a família poderia ter na melhoria da sociedade atual.
Qual é então o modelo atual de uma família “standard” da sociedade capitalista?
É cada vez mais frequente as famílias monoparentais, começa a ser uma exceção os filhos viverem com os pais de sangue.
A mulher passou a ser, essencialmente, mesmo quando mãe, uma peça no processo produtivo: ela tem horários a cumprir e responsabilidades a dar resposta.
A mulher que era o suporte afetivo e harmonizador que enquadrava a família tradicional vê-se agora obrigada a delegar este seu papel nas educadoras de infância e nos professores para já não falar do papel dos media na educação dos nossos filhos e das próprias famílias.
Na UE mais de um quarto das mulheres são chefes de família.
Vivem sozinhas, ou como mães só com os filhos, e mais de metade exerce uma atividade profissional remunerada pelo menos a tempo parcial.
Que qualidade de vida tem uma mãe que vive sozinha com os seus dois filhos e que tem que trabalhar oito horas por dia para os sustentar?
E que qualidade de vida têm os filhos que estão durante 12, 13 horas por dia depositados numa instituição que por muita qualidade técnica e humana que possa ter, nunca poderá substituir o afeto e o amor de um parente próximo?
Poder-se-ia falar de uma sociedade mais humanizada e mais ajustada aos grandes problemas do Século?
Poder-se-ia falar de mães ou pais com maior flexibilidade de horários que pudessem acompanhar os seus familiares de formas mais sistemáticas.
O livro verde sobre a política social europeia refere: (1993)
“Precisamos de políticas destinadas aos homens e mulheres, que facilitem a conciliação, entre emprego remunerado e cuidados aos filhos.
A política da família diz respeito a todas as famílias, e não apenas àquelas que se encontram em dificuldades. Há que encontrar o equilíbrio entre família com necessidades específicas e família na generalidade.”
E ainda:
“Há que criar horários de trabalho flexíveis, não só no interesse das entidades empregadoras e possivelmente da criação de empregos, mas também para alcançar um equilíbrio entre a vida familiar e a vida profissional.”
O Desemprego e os baixos salários surgem como o grande causador da maioria das situações de exclusão.
O Ser Humano, ganha significado e dignidade através da variável trabalho. Quando lhe é cerceada essa dimensão societal, a sua auto-estima, a sua razão de estar na família e por conseguinte na sociedade, deixa de ser muito clara.
Essencialmente para o homem o desemprego é sinónimo de exclusão, seja a que classe sócio-económica pertença.
Esta situação cria graves desajustamentos no seio da família e da comunidade onde se encontra inserida.
Nestes casos torna-se necessário melhorar a capacidade de adaptação ao local de trabalho e desenvolver novos tipos de emprego com base em formas inovadoras na organização do trabalho.
Sabemos que quem sofre os efeitos da reprodução da pobreza, ou seja, famílias com parcos rendimentos e com muitos filhos, dificilmente encontram respostas adequadas às suas necessidades de proteção social, de laços afetivos e de uma educação sociocultural a todos os níveis. Os filhos destas famílias serão de uma forma geral os novos pobres. OO ciclo de reprodução da pobreza repete-se e repete-se, sem fim à vista.
Embora muitos dos filhos das famílias ditas normais procurem a assistente social, com problemas relacionados com rupturas familiares, encaminhamento e acompanhamento de pessoas doentes, especialmente as mais velhas, problemas de consumo de drogas já muito acentuados, entre outras problemáticas do âmbito de intervenção do serviço social.
Quando falamos do fenómeno social que é a pobreza, não podemos ceder à tendência para globalizar e meter no mesmo saco muitas e diferentes variáveis, uma vez que estas são, na sua maior parte difíceis de tratar como um todo.
Essencialmente para o homem o desemprego é sinónimo de exclusão, seja a que classe sócio-económica pertença.
Esta situação cria graves desajustamentos no seio da família e da comunidade onde se encontra inserida.
Nestes casos torna-se necessário melhorar a capacidade de adaptação ao local de trabalho e desenvolver novos tipos de emprego com base em formas inovadoras na organização do trabalho.
Sabemos que quem sofre os efeitos da reprodução da pobreza, ou seja, famílias com parcos rendimentos e com muitos filhos, dificilmente encontram respostas adequadas às suas necessidades de proteção social, de laços afetivos e de uma educação sociocultural a todos os níveis. Os filhos destas famílias serão de uma forma geral os novos pobres. OO ciclo de reprodução da pobreza repete-se e repete-se, sem fim à vista.
Embora muitos dos filhos das famílias ditas normais procurem a assistente social, com problemas relacionados com rupturas familiares, encaminhamento e acompanhamento de pessoas doentes, especialmente as mais velhas, problemas de consumo de drogas já muito acentuados, entre outras problemáticas do âmbito de intervenção do serviço social.
Quando falamos do fenómeno social que é a pobreza, não podemos ceder à tendência para globalizar e meter no mesmo saco muitas e diferentes variáveis, uma vez que estas são, na sua maior parte difíceis de tratar como um todo.
Sem dúvida que é difícil uma intervenção social junto das famílias, mas é também verdade que aí começa a prevenção.
É neste contexto que se pode trabalhar com as crianças que, de outro modo, irão mais tarde engrossar os exércitos de excluídos que a própria sociedade em que vivemos gera.
Um dos objetivos do serviço social, passa por ajudar os indivíduos a encontrar o seu espaço no interior do sistema.
A falta de políticas concertadas de apoio aos núcleos familiares, seja de que forma ele se apresente, leva a situações extremas de pobreza e de isolamento.
Estou igualmente, a falar do grupo cada vez maior de pessoas sem abrigo que deambulam pelas grandes cidade, isolados. A maior parte deles, os que já estão há muito tempo na rua, perdem todos os laços familiares e por vergonha ou por completa indiferença não demonstram vontade em os retomar.
A maioria das pessoas nesta situação, possuem no seu percurso familiar, famílias completamente destruturadas, de pais separados, ou famílias com graves e continuadas, dificuldades socioeconómicas.
SER ou estar SEM ABRIGO implica, na maior parte dos casos, exclusão para toda a vida.
A maioria das pessoas nesta situação, possuem no seu percurso familiar, famílias completamente destruturadas, de pais separados, ou famílias com graves e continuadas, dificuldades socioeconómicas.
SER ou estar SEM ABRIGO implica, na maior parte dos casos, exclusão para toda a vida.
Esta sociedade não pode ser dicotómica, entre pobres e ricos, empregados e desempregados, excluídos e incluídos. As fronteiras entre um e outro mundo são, nos nossos tempos, muito diluídas; os créditos bancários criam a ilusão, sobretudo na classe média e média baixa, de que o consumismo desenfreado é possível para todos.
Há que encontrar um equilíbrio estável entre economicismo e humanização, desemprego e inserção no mercado de trabalho. Estas variáveis não podem continuar a progredir de costas viradas umas para as outras como se de dois mundos diferentes se tratasse.
Torna-se cada vez mais difícil falar de família porque esta está a tomar contornos muito diversificados dos habituais e as políticas de apoio têm forçosamente que acompanhar estas mudanças.
Se não houver uma política concertada de conciliação entre o trabalho e a vida familiar, de apoio à família e sobretudo às crianças que dela fazem parte, torna-se complicado falar de políticas de inclusão social.
Corremos ainda o perigo, defendido em certos meios, de dar novamente à mulher um papel doméstico, voltando para casa, como forma de resolver os problemas de exclusão que a própria sociedade cria no seu seio.
É necessário reunir vontades e através de parcerias, pensar-se em novas formas de resolver e/ou minorar estes problemas.
Teremos que organizar lobbies de pressão junto de quem regulamenta e decide! Chega de teorias, é hora de intervir!
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