O que significa o dia de Natal para alguém que dorme na rua? Como todos os anos, cá temos um Natal!...
Todos os anos pretendemos fazer um Natal único, diferente de todos os outros. Na generalidade esta diferença traduz-se na compra de mais e melhores prendas!
O tempo é pouco para as comprar, quanto mais para pensar no verdadeiro sentido do Natal!...
O que é certo, é que festas de Natal não faltam, é a festa dos funcionários onde são distribuídas prendas para todos os filhos, são as festas das entidades camarárias que se estendem aos sem abrigo e aos mais desprotegidos.
Nesta data todas as instituições se desdobram em boa vontade na comemoração desta data tão especial.
Vamos ter de diferenciar o sem abrigo que está na rua há uma semana do que já está há um ano ou mais. Não tenhamos dúvidas que a tristeza em termos de sentimento humano é muito mais profunda na primeira situação. Trata-se de um indivíduo fragilizado pela nova situação, não será uma adaptação fácil e por ventura a revolta será evidente. Em relação àquele que já fez da rua a sua casa e dos passantes a sua companhia, talvez seja mais uma noite solitária e fria como tantas outras noites de inverno.

É lícito que a sociedade e as suas Instituições, organizações pensem este dia de uma forma especial, mas será que nunca conseguiremos ultrapassar a barreira que nos impede de celebrar o espírito do natal no seu sentido mais intrínseco e lato? A festa do amor, da partilha, da comunhão, de todas as cores, de todos os credos políticos, religiosos e de todos os humanos que habitam este planeta azul?
É triste encontrar-mos no nosso percurso diário, do trabalho para casa, ou da loja de brinquedos para a pastelaria, um exército de pessoas sós, de todas as idades, molhados quando chove, enregelados quando está frio, tristes sempre!...

A verdade é que os fenómenos associados à exclusão social, nomeadamente aos sem abrigo se alastram. Para resolver esta problemática não basta abrirem-se centros para abrigarem os sem abrigo, é preciso fazer um estudo da problemática que está subjacente a este fenómeno, que tende a aumentar de dia para dia e começar a actuar não só na solução dos problemas existentes como também e essencialmente na prevenção de futuros casos.
Também sabemos que se trata de uma verdade já gasta, esta coisa de todos os dias deverem ser natal mas para quem não tem família, o natal torna-se quase um paradoxo impossível de concretizar.
Por mais boa vontade que as instituições possuam em dignificar o natal destas pessoas há uma “coisa” que não lhes podem “dar”, é uma família.
Esta, poderá funcionar como prevenção e protecção para este tipo de fenómenos. O problema surge quando a família por diversas razões se demite do seu papel de protecção, enquadramento e educação. Algumas vezes esta demissão não chega a dar-se porque simplesmente nunca existiu.É preciso encarar de frente o problema da habitação, da toxicodependência, do alcoolismo, da doença mental, da emigração, dos refugiados, da falta de apoios à família, enfim às causas que levam um grande número de seres humanos à rua, criando esta barreira da noite de natal..., seria realmente um sonho bom, podermos pensar o natal como a festa de todos, em que organizações de solidariedade e beneficiários das mesmas pudessem confraternizar sem mágoas e tristezas esta noite que os nossos sonhos tornam maravilhosa ano após ano.
Vamos tentando passar a mensagem de esperança e optimismo necessária para se ultrapassarem todas as barreiras na concretização do sonho de todos nós. Um sonho de comunhão, paz e amor entre todos os seres humanos.
FELIZ NATAL
Ana Ferreira Martins
Texto escrito em 2003
Todos os anos pretendemos fazer um Natal único, diferente de todos os outros. Na generalidade esta diferença traduz-se na compra de mais e melhores prendas!
O tempo é pouco para as comprar, quanto mais para pensar no verdadeiro sentido do Natal!...
O que é certo, é que festas de Natal não faltam, é a festa dos funcionários onde são distribuídas prendas para todos os filhos, são as festas das entidades camarárias que se estendem aos sem abrigo e aos mais desprotegidos.
Nesta data todas as instituições se desdobram em boa vontade na comemoração desta data tão especial.
Vamos ter de diferenciar o sem abrigo que está na rua há uma semana do que já está há um ano ou mais. Não tenhamos dúvidas que a tristeza em termos de sentimento humano é muito mais profunda na primeira situação. Trata-se de um indivíduo fragilizado pela nova situação, não será uma adaptação fácil e por ventura a revolta será evidente. Em relação àquele que já fez da rua a sua casa e dos passantes a sua companhia, talvez seja mais uma noite solitária e fria como tantas outras noites de inverno.
É lícito que a sociedade e as suas Instituições, organizações pensem este dia de uma forma especial, mas será que nunca conseguiremos ultrapassar a barreira que nos impede de celebrar o espírito do natal no seu sentido mais intrínseco e lato? A festa do amor, da partilha, da comunhão, de todas as cores, de todos os credos políticos, religiosos e de todos os humanos que habitam este planeta azul?
É triste encontrar-mos no nosso percurso diário, do trabalho para casa, ou da loja de brinquedos para a pastelaria, um exército de pessoas sós, de todas as idades, molhados quando chove, enregelados quando está frio, tristes sempre!...

A verdade é que os fenómenos associados à exclusão social, nomeadamente aos sem abrigo se alastram. Para resolver esta problemática não basta abrirem-se centros para abrigarem os sem abrigo, é preciso fazer um estudo da problemática que está subjacente a este fenómeno, que tende a aumentar de dia para dia e começar a actuar não só na solução dos problemas existentes como também e essencialmente na prevenção de futuros casos.
Também sabemos que se trata de uma verdade já gasta, esta coisa de todos os dias deverem ser natal mas para quem não tem família, o natal torna-se quase um paradoxo impossível de concretizar.
Por mais boa vontade que as instituições possuam em dignificar o natal destas pessoas há uma “coisa” que não lhes podem “dar”, é uma família.
Esta, poderá funcionar como prevenção e protecção para este tipo de fenómenos. O problema surge quando a família por diversas razões se demite do seu papel de protecção, enquadramento e educação. Algumas vezes esta demissão não chega a dar-se porque simplesmente nunca existiu.É preciso encarar de frente o problema da habitação, da toxicodependência, do alcoolismo, da doença mental, da emigração, dos refugiados, da falta de apoios à família, enfim às causas que levam um grande número de seres humanos à rua, criando esta barreira da noite de natal..., seria realmente um sonho bom, podermos pensar o natal como a festa de todos, em que organizações de solidariedade e beneficiários das mesmas pudessem confraternizar sem mágoas e tristezas esta noite que os nossos sonhos tornam maravilhosa ano após ano.
Vamos tentando passar a mensagem de esperança e optimismo necessária para se ultrapassarem todas as barreiras na concretização do sonho de todos nós. Um sonho de comunhão, paz e amor entre todos os seres humanos.
FELIZ NATAL
Ana Ferreira Martins
Texto escrito em 2003
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