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quinta-feira, 18 de maio de 2017

A Dualidade Das Santas e Dos Demónios



É no acto da escrita que consigo verdadeiramente o encontro comigo mesma..., é nele que curo as minhas feridas, que me reconcilio e apaziguo comigo própria.

A dualidade entre o bem e o mal faz de nós ora santas, ora demónios!...quem gosta de olhar, sentir, assumir, aceitar os seus demónios? quem gosta quando alguém lhe aponta e situa os seus erros? Erros? à luz de que moral? a dualista entre o bem e o mal? porque não podemos ser? seria impossível sem a moral das igrejas ? O ser humano já se teria auto-destruído? 

Será que poderíamos simplesmente viver de acordo com a nossa essência sem ter que olhá-la como boa ou má, mas simplesmente como fazendo parte integrante da nossa existência humana? Não sei!...

Mas quando deslizo, tal serpente por entre os assuntos relacionados com as questões de género, parece que todo o mundo, ou uma grande parte dele, se vira contra mim!...os homens consciente ou inconscientemente não querem ceder e as mulheres na ilusão da boa mulher, da senhora séria e agora mais na moda, de um ser luz, escamoteia tudo o que não contribui para a construção luminosa que arduamente luta por construir. Um palácio cheio de luz onde os demónios não entram, porque se ela não os olhar nos olhos e não os consciencializar com a mente eles simplesmente não existem e a sua imaculada auréola resplenderá por todo o palácio e o mundo será tão luminosos lá fora como o que ela finge e crê construir paredes para dentro de si e da sua casa...
Museu Arte Antiga Londres

Onde é que eu já vi isto?!...minha deusa faz com que as mulheres compreendam que os demónios existem e que ela o romanceia até à morte!...nascem e morrem sem conseguirem olhar de frente o demónio com que muitas vezes viveram uma vida inteira!...que batia nas filhas e nos filhos, que batia nela!..., que a obrigava a fazer sexo quando precisava!..., que fechava os olhos aos abortos sucessivos que tinha que fazer!...que a obrigava diariamente a servir sem horas nem qualquer tipo de compensação!...que a impedia de aceder às contas bancárias, de sair sem autorização, de a chantagear com a saída de casa!...de a apertar nos lugares de autocarro ao ponto de ela se ter que levantar!...de se encostar no metro de forma a que ela se encolha em tamanho e em humilhação!...que a perseguia com piropos e atitudes menos próprias na praia, no café, no cinema, no jardim, no escritório...

Sim e sempre quem se escondeu com vergonha e sentimento de culpa era e é ainda, a mulher!...vergonha que soubessem que ela ou a filha tinham sido violadas, vergonha por o marido ser alcoólico e bater-lhe!...vergonha simplesmente porque sim!..., porque nascer mulher já é por si uma vergonha!...

Sim, a Eva essa mulher diminuída pela igreja, essa mulher pecadora e culpada de todos os males do mundo!...sim é dessa mulher que guardamos a memória celular da criação!...

Um dia, longínquo com certeza, as coisas retomarão o seu lugar natural e o equilíbrio voltará ao mundo, as guerras acabarão, e viveremos de acordo com a essência de cada ser, seja ele homem ou mulher, sem que nenhum tenha que ser subjugado pelo outro.

Até lá resta às mulheres e homens conscientes lutarem por um mundo mais justo e equilibrado.

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