quarta-feira, 1 de junho de 2016

O Passado Individual e Familiar

Escreve Anne Ancelin Scútzenberger no seu livro, Prazer de Viver; 
 “Quer o saibamos ou não, estamos marcados pelo nosso passado individual e familiar e pelas nossas escolhas profissionais, sendo as nossas opções teóricas provenientes daí, quer façamos como os nossos antepassados quer de maneira oposta- fazer o contrário ou opormo-nos é estarmos de igual modo marcados e dependentes, e não livres como podemos sentir-nos depois de uma terapia ou de uma sessão de análise bem sucedida ou de um acontecimento feliz da nossa vida.
Como diz tão bem René Char: “ Não cantamos bem senão nos ramos da árvore genealógica.”
Gostaria de concluir este longo capítulo com uma citação extraída do discurso de investidura de Nelson Mandela em 1994: “ O nosso maior temor não é sermos inadequados e estúpidos. O nosso maior temor é sermos poderosos além do possível. O que nos faz muito medo é a nossa luz e a nossa sombra. Perguntamos: Quem sou eu para poder brilhante, maravilhosos, belo, talentoso”. Mas, de facto, porque não haver Somos filhos de Deus. fazermo-nos pequenos não ajuda o mundo. Não existe nada de bom no facto de nos reduzir-mos para que os outros não se sintam diminuídos perante nós. Nascemos para manifestarmos a glória de Deus que está em nós. Isso não foi concedido apenas a alguns e, na medida em que deixamos a nossa luz brilhar, damos, inconscientemente, aos outros autorização para fazerem o mesmo. E como estamos libertos das nossas cadeias e dos nossos medos, a nossa presença torna os outros livres.”

Anne Ancelin Scútzenberger; Prazer de Viver, Pág. 124