segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa

Ana Ferreira Martins

Apaixonada e nascida por terras algarvias é em Almada e Lisboa que se sente em casa.

Ser mãe foi determinante na forma como sentiu a vida. O olhar interessado pelos fenómenos das pessoas sem abrigo e das questões da igualdade de género são inequivocamente o seu foco de vida.

Assistente Social de formação, exerce funções como Directora Nacional da Ação Social Da AMI, desde 2000. Mestre em Estudos Sobre As Mulheres, inter-relacionou o fenómeno das pessoas sem abrigo com as questões de género surgindo a sua tese de mestrado: As Sem Abrigo De Lisboa, premiada com o prémio Madalena Barbosa da Comissão da Igualdade de Género.

Publica a nível nacional e europeu, artigos relacionados com a pobreza em geral e  em particular sobre as pessoas sem abrigo e com as questões da igualdade de género. 

É comentadora em vários meios de comunicação social. Professora Universitária no Instituto Piaget. Formadora acreditada na área comportamental, pobreza, serviço social e género.
Autora dos livros:
As Mulheres Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa - Editado pela Chiado Editora

A Vivência da Pobreza - editado pela Fundação AMI.

Autora dos blogues:
Feminina a Resgatar e a Integrar - Mis-ce-lâ-nea
Aconselhamento em Serviço Social - Social Counseling in Social Work Services


As Sem Abrigo de Lisboa

Mulheres Que Sonham Com Uma Casa

Muitas vezes imaginamos como é ser uma pessoa sem abrigo. Para a grande maioria de nós esse dia nunca vai chegar, mas as suas histórias mostram bem que o limiar entre estar e ser sem abrigo é muito ténue. Se alguma vez esteve sem abrigo percebeu esse limiar e certamente recuou perante o olhar triste e conformado dos seres humanos que pela fatalidade de uma vida cheia de profundas percas se vêem nessa dramática vivência.
As mulheres que por natureza são mais intensas nos sentires, sofrem duplamente com esta dura realidade. Às mulheres sem abrigo foi-lhes retirada a possibilidade de realizar o sonho para o qual a sociedade as acultura desde crianças, deixaram para trás o sonho de um lar, de uma família reunida num espaço acolhedor, limpo, confortável e seguro, onde se possam encontrar com a saúde, com a felicidade e o amor com que todos os seres humanos sonham e acreditam.

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domingo, 12 de fevereiro de 2017

A Mulher na Bíblia

Miguel Ângelo no tecto da Capela Sistina
 "Salvé Maria, cheia  de graças" canta Gabriel, o anjo que vem anunciar a Maria a sua maternidade virginal: primeira saudação do céu à terra nos Evangelhos.
"Eu sei que tu és bela"
exclama Abraão ao glorificar Sara sua esposa: primeira palavra dirigida por um homem a uma mulher na Bíblia.
Beleza, plenitude de graças, maternidade, "glória do Homem", dirá o apóstolo Paulo, mas também "glória de Deus", acrescentará num registo mais subtil.É esta a mulher que eu gostaria de celebrar nestas páginas, eu mulher cheia de uma tal riqueza e por vezes tão dorida de a não poder dar à luz!
Ao dizer isto, abordo desde logo três níveis do feminino:

- a mulher que eu sou no plano biológico;
- O feminino "outro lado de Adão", o da interioridade do homem e da mulher de que este livro vai tratar;
- e também a humanidade inteira (homens e mulheres) feminina relativamente a Deus.

A humanidade é a "glória de Deus", que o Verbo põe à cabeça da Criação no "Tu" nascido do seu "Eu" divino desde a primeira letra do Bereshit. O Bereshit é o livro do Génesis, assim chamado em hebreu devido à primeira palavra que a compõe, a qual, segundo assegura a Tradição, contém a totalidade do Tora. por sua vez a primeira palavra. acrescenta ela, confia o seu segredo à primeira letra, o beit. A letra beit abre e percorre o nosso livro sagrado. ela é o "Tu" jorrado dos lábios divinos como uma semente de amor entregando esse "outro" que não pode ser outro sem romper o infinito de Deus!
Mas, ó maravilha, ela é ruptura e não-ruptura; semeada por Ele, contém a sua infinidade; criada, ela é a matriz do Incriado; em face d`Ele. ela é o "dois": está também sujeita à dualidade: constituída por pólos opostos e complementares, um dos quais não pode ser sem o outro, esta é recapitulada no homem e na mulher.
Annick de Souzenelle, O Feminino Do Ser, para acabar de vez com a costela de Adão,1997 Pág,9,10
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