terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A CONSCIÊNCIA DA VIDA

Que consciência temos do verdadeiro sentido desta vida?
Se a morte e a vida são o contorno de uma mesma e diluída verdade,
como encontrar a substância da qual a vida de sangue e lágrimas se alimenta?

A dualidade dos opostos une-se numa inexistência inexprimível!...

Cada passo que cuidadosa e silenciosamente damos em direcção à consciência da vida,
 torna-se um trovão da alma que nos leva num rodopio incessante de dúvidas e mais dúvidas,  que acabam por se diluir no éter do nada, no vazio de uma ausência, de uma ausência de consciência.

A vida e a morte são a mesma face de um ténue contorno de uma existência terrena que bem sentida, sabemos que é inexistente, se meramente compreendida pelo que somos neste contexto terreno.

Quero ser algo que não existe, só porque assim poderei, quem sabe, atingir uma vaga e imperceptível consciência.

Brumas e mais brumas que nos impedem de caminhar…
Andamos em círculos fechados.
Círculos perpétuos de vida e morte!...
Sim, somos uma humanidade eternamente às voltas no deserto…


Maria Ferreira