segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Violência doméstica é uma violência de género


A violência doméstica é uma violência de género. Em 95% dos casos, a violência é exercida pelos homens contra as suas namoradas, mulheres ou companheiras. No entanto, é possível observar violência exercida por mulheres, nomeadamente entre casais homossexuais.

Os comportamentos violentos e o abuso de poder de uma pessoa sobre outra, no sentido de a controlar, caracterizam a violência doméstica que, por sua vez, assume muitas formas e pode acontecer esporadicamente ou constantemente. Ao longo do tempo, tem tendência a intensificar a frequência da gravidade.

Apesar de cada situação ter a sua especificidade, há sinais de alarme que podem ser identificados. Conhecê-los é um passo importante para prevenir e parar a violência contra as mulheres.

Exemplos de estratégias do agressor:

Minimização de sentimentos e culpabilização
Insultos, humilhações e intimidações
Isolamento da família e amigos
Controlo económico
Ameaças e agressões físicas
Agressões sexuais e violação

Se você é vítima de algumas destas formas de violência ou se conhece quem o seja, então saiba que:

A violência doméstica é um crime punido pela Lei
A violência doméstica é uma violação grave dos Direitos Fundamentais, incluindo o direito à sua integridade física e moral
As crianças têm direito a uma família não violenta
Ninguém merece ser, em privado ou em público, qualquer que seja a razão agredido, ameaçado, humilhado ou de alguma forma sujeito a maus tratos físicos ou emocionais.



Grupos de Ajuda Mútua

Este são espaços especializados de partilha de experiências de vida, de criação de laços de solidariedade e de relações de confiança, que visam, através da informação e da troca de opiniões, restabelecer a auto-estima, fortalecer a capacidade de tomar decisões e de adquirir autonomia.

Objectivo:
Destina-se a apoiar mulheres que, por terem sofrido violência dos maridos, namorados ou companheiros, partilham a mesma situação de vida:

Precisam de compreender o que lhes aconteceu
Necessitam de aconselhamento jurídico
Perderam o emprego
Tiveram de fugir de casa
Sentem que têm muitos problemas para resolver e poucas forças para isso
Precisam de apoio especializado para os filhos
Têm de recorrer a muitos tratamentos médicos e urgências

As mulheres trazem experiências e deste modo:

Sentem que alguém as compreende
Recebem apoio emocional
Partilham informação útil sobre recursos e serviços
Procuram resolver dificuldades práticas através de sugestões concretas
Sentem-se apoiadas nas suas decisões
Põem em prática projectos pessoais

Funcionamento:

À medida que se vão sentindo progressivamente mais informadas, confiantes e seguras para definirem os seus projectos e objectivos pessoais, as mulheres podem utilizar outros serviços especializados, que estão disponíveis na comunidade, através do Acompanhamento e aconselhamento social.

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O quotidiano das mulheres é uma desgraça

 É verdade que o quotidiano da generalidade das mulheres é uma desgraça!...dar, dar, dar e mais dar e não se dão a si próprias é como se a sua existência se realizasse através da sua anulação. É como se não existissem!...é uma não existência!...pois não se lhe atribui valor existencial, o seu eu não tem importância para si e portanto os outros e ou outras, não lha conferem!...quando acorda, se o chega a fazer é muitas vezes tarde demais e a rutura com o passado é inevitável, não há como remendar um pano que não existe!...triste mas real!...


“Para uma árvore continuar a crescer e florescer, é preciso que haja células diferenciadas que promovam a transiçao…trata-se de células fortes que se reunem para proteção em torno do lugar em cada galho onde a madeira mais velha e resistente está em contacto coma parte vulnerável que cresce, o lugar onde o broto tenro se encontra logo abaixo da pele nova e, com o devido cuidado, há-de vicejar.”
Clarissa Pinkola Estés. A Ciranda Das Mulheres Sábias

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Prolegómeno Para Um Estudo da Deusa Mãe Frígia



Os esforços para compreender o culto da Deusa Mãe Cíbele não são novos. Uma deidade com uma vida tão longa, com uma vasta difusão e com um carácter tão abrangente já atraiu, não surpreendentemente, uma grande atenção. Contudo, apesar de raramente articulados de forma aberta, os modernos valores culturais, que enquadram muitas anteriores discussões eruditas sobre esta deusa e o seu culto, influenciaram consideravelmente a interpretação do material antigo. É este o caso, até certo ponto, com qualquer análise da Antiguidade mediterrânica, mas parece ser particularmente evidente no caso da Deusa Mãe Anatoliana. A impressionante imagem criada por Eurípides, Catulo,e Virgílio da Mãe poderosa, frequentemente na companhia de machos assexuados, evocou reacções energicamente exprimidas que vão do horror à chamada natureza repulsiva da deusa, até à celebração sem sentido crítico da sua proeminência supostamente ancestral. para além disso, a percepção moderna da natureza das divindades maternais influenciou grandemente a imagem da Deusa mãe no antigo mundo mediterrânico, visto que tais percepções são quase sempre baseadas na imagem judaico-cristã da mãe amorosa e protectora, subserviente ao marido e intimamente ligada aos filhos. Deste modo, muitas análise da Deusa Mãe apoiam-se nas modernas projecções daquilo que a deusa-mãe deveria ser não nos vestígios antigos que definem aquilo que era.

Tais atitude preconcebidas são especialmente visíveis em duas grandes áreas. A primeira é o sexo, especificamente o efeito do sexo feminino da deusa na avaliação do respectivo culto. A segunda pode ser denominada como consciência racial, nomeadamente, as origens asiáticas do culto da deusa e a tensão preconcebida entre as duas bases orientais e o estatuto  do seu culto na Grécia e em Roma, um ponto que se confronta com questões de classes sociais também. As modernas atitudes culturais em relação a assuntos relativos a sexos e raças ficaram frequentemente tão enredadas na literatura erudita que impedem os esforços para avaliar as principais provas da existência da antiga deidade e colocá-la no contexto específico da antiga sociedade mediterrânica. Desta forma, parece útil - na verdade -, imperativo - analisar prévias abordagens a este tópico e examinar minuciosamente as asserções subjacentes que lhes deram forma.
Em Busca Da Deusa-Mãe, Lynn E. Roller.pág.27 e 28
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