terça-feira, 6 de junho de 2017

As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa - Feira Do Livro De Lisboa 2017 - Chiado Editora













As mulheres estão sujeitas a uma maior vulnerabilidade económica por estarem dependentes do modelo familiar patriarcal, onde o homem é o chefe de família. Assim, a precariedade do emprego, os baixos salários e a fraca protecção social a que estão sujeitas podem conduzir à situação extrema de pobreza, a de ser sem abrigo. 



Fui para casa da irmã do meu marido e aí começou a história toda, ela é que dizia coisas e eu é que levava tareia, estava grávida da minha Rita, entretanto ela nasceu e aquilo continuou, não me batia tanto, mas estava sempre a berrar ”
(Paula 2, solteira, 25 anos, 2 filhas)














Ser mulher ou homem sem abrigo tem uma carga psicológica diferente para quem vivencia a situação, para quem a observa de fora ou ainda para os técnicos que trabalham directamente com o fenómeno social. 




Embora, como já foi referido, o fenómeno dos sem abrigo seja, ou tenha sido, até aos nossos dias, predominantemente masculino e a proporção de mulheres nas últimas décadas tenha vindo a aumentar, as percentagens não ultrapassam ainda os 10% e 25% em relação aos homens (Marshall, cit. in Bhegre, 1996).



Uma possível justificação para que os números de mulheres sem abrigo não sejam mais elevados pode estar relacionada com a invisibilidade da situação. Culturalmente a rua é pertença do homem, não se passando o mesmo com a mulher. 



“As mulheres escondem-se mais que os homens, elas têm a necessidade de se esconderem.” (M.J 1, 29 anos, união facto, uma filha).




As mulheres sem abrigo poderão estar mais escondidas, pois têm mais tendência do que os homens para ficarem em casa de amigos ou de familiares, e para visarem a última morada como endereço de conveniência (Fernandez, cit. in Bhugra, 1996). A mulher tende a procurar situações de completa invisibilidade, pois o espaço público é visto como pertença do homem e o privado da mulher. Quando a mulher se vê na situação limite de ter que viver na rua, ou qualquer outro local público, provavelmente sofrerá graus de adaptabilidade inferiores ao do homem. Este sentimento de perca e de desajustamento ao meio ambiente leva-a, com certeza, a esconder-se em casas abandonadas, barracas e outros locais longe dos olhares de quem passa."
Excerto do livro, as Sem Abrigo de Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa

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87ª Feira Do Livro de Lisboa - As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa



17
JUNHO


16h00

Sessão de Autógrafos | No Pavilhão | Chiado Editora

Sessão de Autógrafos do livro "As Sem Abrigo de Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa" com a presença da Autora Ana Ferreira Martins


http://feiradolivrodelisboa.pt/
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terça-feira, 30 de maio de 2017

Joana D`arc - Queimada por feitiçaria


Joana D'arc

Joana D’arc nasceu na França no ano de 1412 e morreu em 1431 (época medieval). Foi uma importante personagem da história francesa, durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), quando seu país enfrentou a rival Inglaterra. Joana D’arc foi canonizada (transformada em santa) no ano de 1920.

Biografia

A história da vida desta heroína francesa é marcada por fatos trágicos. Quando era criança, presenciou o assassinato de membros de sua família por soldados ingleses que invadiram a vila em que morava. Com 13 anos de idade, começou a ter visões e receber mensagens, que ela dizia ser dos santos Miguel, Catarina e Margarida. Nestas mensagens, ela era orientada a entrar para o exército francês e ajudar seu reino na guerra contra a Inglaterra.

Motivada pelas mensagens, cortou o cabelo bem curto, vestiu-se de homem e começou a fazer treinamentos militares. Foi aceita no exército francês, chegando a comandar tropas. Suas vitórias importantes e o reconhecimento que ganhou do rei Carlos VII despertaram a inveja em outros líderes militares da França. Estes começaram a conspirar e diminuíram o apoio de Joana D’arc.

Em 1430, durante uma batalha em Paris, foi ferida e capturada pelos borgonheses que a venderam para os ingleses. Foi acusada de praticar feitiçaria, em função de suas visões, e condenada a morte na fogueira. Foi queimada viva na cidade de Rouen
, no ano de 1431.

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quinta-feira, 18 de maio de 2017

A Dualidade Das Santas e Dos Demónios



É no acto da escrita que consigo verdadeiramente o encontro comigo mesma..., é nele que curo as minhas feridas, que me reconcilio e apaziguo comigo própria.

A dualidade entre o bem e o mal faz de nós ora santas, ora demónios!...quem gosta de olhar, sentir, assumir, aceitar os seus demónios? quem gosta quando alguém lhe aponta e situa os seus erros? Erros? à luz de que moral? a dualista entre o bem e o mal? porque não podemos ser? seria impossível sem a moral das igrejas ? O ser humano já se teria auto-destruído? 

Será que poderíamos simplesmente viver de acordo com a nossa essência sem ter que olhá-la como boa ou má, mas simplesmente como fazendo parte integrante da nossa existência humana? Não sei!...

Mas quando deslizo, tal serpente por entre os assuntos relacionados com as questões de género, parece que todo o mundo, ou uma grande parte dele, se vira contra mim!...os homens consciente ou inconscientemente não querem ceder e as mulheres na ilusão da boa mulher, da senhora séria e agora mais na moda, de um ser luz, escamoteia tudo o que não contribui para a construção luminosa que arduamente luta por construir. Um palácio cheio de luz onde os demónios não entram, porque se ela não os olhar nos olhos e não os consciencializar com a mente eles simplesmente não existem e a sua imaculada auréola resplenderá por todo o palácio e o mundo será tão luminosos lá fora como o que ela finge e crê construir paredes para dentro de si e da sua casa...
Museu Arte Antiga Londres

Onde é que eu já vi isto?!...minha deusa faz com que as mulheres compreendam que os demónios existem e que ela o romanceia até à morte!...nascem e morrem sem conseguirem olhar de frente o demónio com que muitas vezes viveram uma vida inteira!...que batia nas filhas e nos filhos, que batia nela!..., que a obrigava a fazer sexo quando precisava!..., que fechava os olhos aos abortos sucessivos que tinha que fazer!...que a obrigava diariamente a servir sem horas nem qualquer tipo de compensação!...que a impedia de aceder às contas bancárias, de sair sem autorização, de a chantagear com a saída de casa!...de a apertar nos lugares de autocarro ao ponto de ela se ter que levantar!...de se encostar no metro de forma a que ela se encolha em tamanho e em humilhação!...que a perseguia com piropos e atitudes menos próprias na praia, no café, no cinema, no jardim, no escritório...

Sim e sempre quem se escondeu com vergonha e sentimento de culpa era e é ainda, a mulher!...vergonha que soubessem que ela ou a filha tinham sido violadas, vergonha por o marido ser alcoólico e bater-lhe!...vergonha simplesmente porque sim!..., porque nascer mulher já é por si uma vergonha!...

Sim, a Eva essa mulher diminuída pela igreja, essa mulher pecadora e culpada de todos os males do mundo!...sim é dessa mulher que guardamos a memória celular da criação!...

Um dia, longínquo com certeza, as coisas retomarão o seu lugar natural e o equilíbrio voltará ao mundo, as guerras acabarão, e viveremos de acordo com a essência de cada ser, seja ele homem ou mulher, sem que nenhum tenha que ser subjugado pelo outro.

Até lá resta às mulheres e homens conscientes lutarem por um mundo mais justo e equilibrado.

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