quarta-feira, 7 de junho de 2017



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As Minhas Dúvidas Espirituais

Eu que não percebo, porque não estudei, nada de astros, de combinações estrelares ou qualquer coisa relacionada com astros para além dos habituais signos nos mais diversos tipos de revistas, acabo por me ver numa situação do âmbito psicológico de tal modo conturbada que a remeto para algum tipo de alinhamento planetário ou estrelar que me escapa por completo ao entendimento.

Enfim, isto tudo para dizer que os últimos dias têm sido para mim, assim tipo um carrossel mental, físico, espiritual, se é que posso ter acesso ao dito!...
Bom, isto de nos relacionarmos com mulheres que detêm algum, ou mesmo, muito saber em áreas do foro espiritual, deixa-nos a flutuar num mar de incertezas por falta de uma grelha de análise, a que estou habituada a recorrer no domínio das ciências sociais e mesmo psicológicas.


Parece que só me resta acreditar na minha capacidade intuitiva, que tento recuperar, porque esquecida e desconhecida como está, por enquanto não me atrevo a dar-lhe muita credibilidade.

Tenho a minha intuição assim, como que num estado de estágio profissional. Se correr bem, depois logo vejo se a integro a tempo inteiro ou com um contrato a termo. Bom, estava eu a dizer que só me resta acreditar nesta estagiária que é a minha capacidade de intuir a verdade, ou melhor a realidade. Que credibilidade e confiança posso depositar nas minhas amigas por natureza mais vocacionadas que eu para o mundo espiritual?

Dado que este domínio me era um domínio auto-negado, porque não podemos optar por tudo e sempre na vida. Daí dizer-se que há um tempo para tudo!...Eu vivi num quadrado sagrado onde o mundo espiritual não entrava pois não tem grelhas que se lhe possa aplicar. Senão tem grelhas, regras, fórmulas não pode existir neste mundo mecanizado e profissionalizado.

Bom, não podendo eu para já confiar na estagiária, nem possuindo uma grelha para testar as minhas amigas, como posso confiar na verdade das minhas amigas que lêem cartas, que vêem nos astros, que canalizam, e sei lá mais o quê que para mim é um mundo desconhecido mas em que acredito, apesar de não saber em quem ou se devo acreditar no que quer que seja?




Na verdade esta confusão mental e psicológica que vos falei no principio, reside na minha incapacidade em acreditar, ou mesmo em ter fé!...

Vão-me dizer as minhas amigas psicólogas, pois se tu não acreditas em ti própria não podes acreditar nas outras!… sim, na verdade a verdade de mim própria está de tal forma armadilhada pelo modelo patriarcal, com a sua moral, todo ele minado de ratoeiras, que a minha mente, não chega à natureza da minha alma e portanto à minha espiritualidade. O caminho para a verdade espiritual e terrena está de tal modo labiríntico que nos conduz sistematicamente a uma não verdade de nós próprias e das outras!... no fundo é isto que me tem tirado a paz nestes últimos dias!...

Penso que descobri que a verdade das outras não existe porque a minha própria verdade me está inacessível e portanto mais ou menos inconscientemente, intui que a verdade tal e qual eu espero que ela se me apresente em mim e nas outras, não existe!...

Sim, não são as grelhas das ciências ditas objectivas ou subjectivas, ou a confiança na intuição por purificar que nos poderão conferir a certeza seja do que for!...A verdade está-nos inacessível neste mundo!...

Quem se pensa detentora de verdades para além de incorrer em riscos para si própria, de se perder num mundo cada vez mais ilusório, pode igualmente conduzir outras pessoas num engano cruel, do qual quando as menos conscientes acordarem podem sentir-se ainda mais perdidas do que no momento em que começaram.

AMFM
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terça-feira, 6 de junho de 2017

As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa - Feira Do Livro De Lisboa 2017 - Chiado Editora













As mulheres estão sujeitas a uma maior vulnerabilidade económica por estarem dependentes do modelo familiar patriarcal, onde o homem é o chefe de família. Assim, a precariedade do emprego, os baixos salários e a fraca protecção social a que estão sujeitas podem conduzir à situação extrema de pobreza, a de ser sem abrigo. 



Fui para casa da irmã do meu marido e aí começou a história toda, ela é que dizia coisas e eu é que levava tareia, estava grávida da minha Rita, entretanto ela nasceu e aquilo continuou, não me batia tanto, mas estava sempre a berrar ”
(Paula 2, solteira, 25 anos, 2 filhas)














Ser mulher ou homem sem abrigo tem uma carga psicológica diferente para quem vivencia a situação, para quem a observa de fora ou ainda para os técnicos que trabalham directamente com o fenómeno social. 




Embora, como já foi referido, o fenómeno dos sem abrigo seja, ou tenha sido, até aos nossos dias, predominantemente masculino e a proporção de mulheres nas últimas décadas tenha vindo a aumentar, as percentagens não ultrapassam ainda os 10% e 25% em relação aos homens (Marshall, cit. in Bhegre, 1996).



Uma possível justificação para que os números de mulheres sem abrigo não sejam mais elevados pode estar relacionada com a invisibilidade da situação. Culturalmente a rua é pertença do homem, não se passando o mesmo com a mulher. 



“As mulheres escondem-se mais que os homens, elas têm a necessidade de se esconderem.” (M.J 1, 29 anos, união facto, uma filha).




As mulheres sem abrigo poderão estar mais escondidas, pois têm mais tendência do que os homens para ficarem em casa de amigos ou de familiares, e para visarem a última morada como endereço de conveniência (Fernandez, cit. in Bhugra, 1996). A mulher tende a procurar situações de completa invisibilidade, pois o espaço público é visto como pertença do homem e o privado da mulher. Quando a mulher se vê na situação limite de ter que viver na rua, ou qualquer outro local público, provavelmente sofrerá graus de adaptabilidade inferiores ao do homem. Este sentimento de perca e de desajustamento ao meio ambiente leva-a, com certeza, a esconder-se em casas abandonadas, barracas e outros locais longe dos olhares de quem passa."
Excerto do livro, as Sem Abrigo de Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa

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87ª Feira Do Livro de Lisboa - As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa



17
JUNHO


16h00

Sessão de Autógrafos | No Pavilhão | Chiado Editora

Sessão de Autógrafos do livro "As Sem Abrigo de Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa" com a presença da Autora Ana Ferreira Martins


http://feiradolivrodelisboa.pt/
https://www.chiadoeditora.com/livraria/as-sem-abrigo-de-lisboa-mulheres-que-sonham-com-uma-casa

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