sexta-feira, 27 de março de 2015

Maria Madalena, A discípula Amada



"Falando de Maria Madalena e das mulheres que seguiam Jesus, Orígenes referido por Esther de Boer no seu livro, Maria Madalena, a Discípula Amada, descreve Maria que Paulo menciona na Carta aos Romanos precisamente como mestra. Comenta ele assim a carta aos romanos:
Saudações Maria, que trabalhou muito por vós”. Ele (Paulo) ensina neste texto que as mulheres devem trabalhar pelas igrejas de Deus tanto como os homens. Porque elas trabalham quando ensinam as jovens a serem frugais, a amarem os seus maridos, a educarem os filhos, a serem reservadas e castas, a governarem as suas casas, a serem boas e submissas aos seus maridos, a exercerem a hospitalidade, a lavarem os pés aos santos e a porem em prática castamente todas as outras coisas escritas acerca dos deveres das mulheres (comentário sobre a carta aos Romanos,X,20).
pág 103, Esther de Boer, Maria Madalena – A discípula  Amada.

Encontrei esta reflexão que enquadra bem este texto.

*•.¸¸.•Rezadeiras¸.•*´¨`*•.¸¸.•*´¨`*•.¸¸.•*´: Maria Madalena, o Apóstolo esquecido:   Extraído da revista Universo Espírita nº 22 • www.universoespirita.com.br Nem todos os cristãos contemporâneos de Jesus compreenderam sua...

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Religiões Pagãs


Porque razão o tempo das religiões "pagãs" e do culto das divindades femininas continua nas trevas da história da humanidade?
 
“Porque será que, para tantas pessoas educadas neste século, a Grécia Clássica é a cultura mais importante, quanto, pelo menos vinte e cinco séculos antes dessa época, já se usava a linguagem escrita e se erigiam grandes cidades? Porventura mais importante é saber por que razão se continua a concluir que o tempo das religiões “pagãs” e do culto de divindades femininas (quando é mencionado) foi uma idade das trevas caótica, misteriosa e nefasta, sem a luz da ordem e da razão que, supostamente, acompanharam as religiões masculinas posteriores, quando, segundo achados arqueológicos, os primórdios do direito, do governo, da medicina, da agricultura, da arquitetura, da metalurgia, dos veículos com rodas, da cerâmica, dos têxteis e da linguagem escrita ocorreram em sociedades com o culto da Deusa?”
Stone, Merlin. When God Was a Woman (nova Iorque: Dial Press, 1976),xxIv em As Deusas em Cada Mulher de Jean Shinoda Bolen – Planeta Editora 2001

segunda-feira, 30 de junho de 2014

POBREZA, EXCLUSÃO e FAMÍLIA
Talvez mais importante do que reinserir pessoas nesta sociedade, será criar ou
desenvolver espaços que permitam respeitar a diferença de interesses entre as
pessoas.
O fenómeno da exclusão não é um fenómeno recente. Contudo, o seu enquadramento
tem vindo, ao longo dos tempos, a tomar contornos específicos e característicos a
 cada época e conjuntura político-social.
Todos, num dado momento das nossas vidas, nos sentimos por um ou por outro
motivo vítimas da exclusão social.
Existem, no entanto, indivíduos que diariamente sentem na pele as mais variadas
formas de exclusão social e de marginalização.
 
MECANISMOS GERADORES DE EXCLUSÃO SOCIAL:

A competitividade cada vez mais agressiva
que se vive nos locais de trabalho, 
a agressividade diária dos meios de
comunicação social e a permanente
transformação  estrutural, são fatores
que provocam sérias distorções em
termos de comportamento
sociopsicológico nos indivíduos.
A velocidade com que a tecnologia se
desenvolve e inunda os mercados de
trabalho  e o dia-a-dia das pessoas
provoca enormes fossos entre as gerações,
categorias profissionais e sociedades em geral.
 O desenfreado crescimento tecnológico
 não acompanha o desenvolvimento do tecido sociocultural, criando situações
complexas e difíceis de ser ultrapassadas.
Estes desajustamentos conduziram a sociedade a formas menos humanizadas de
interacção, criando uma franja de indivíduos que, por motivos mais ou menos claros, não
se conseguem adaptar a esta forma de vida.
 Surgem diariamente novos casos de exclusão social, devidos, na sua maioria, à dificuldade
 que alguns seres humanos têm de se adaptar a normas extremamente rígidas de
concorrência, fortemente associadas ao conceito de sucesso das sociedades
economicistas e capitalistas.
 A desumanização da sociedade e a perca de laços de solidariedade entre os
indivíduos que a compõem, facilita e propicia o crescimento e desenvolvimento de formas
 marginais de sobrevivência.
Digamos que é a própria sociedade que gera no seu seio as mais diferentes formas de
 exclusão social e que, como qualquer organismo vivo que não consegue digerir
determinado produto, naturalmente o expele, como não fazendo parte do seu todo.
É necessário criar meios para tornar esta sociedade em que vivemos mais solidária e
mais humana, dando lugar ao diferente, e em que não se tente criar estereótipos "televisivos".
Cada ser tem a sua própria individualidade que tem de ser respeitada:
Talvez mais importante do que reinserir pessoas nesta sociedade, será criar ou
desenvolver espaços que permitam respeitar a diferença de interesses entre as pessoas.
A exclusão já não é só um problema dos que nascem pobres, é também um problema
das famílias com sobrecargas de horários, com pouco tempo para os filhos e para eles
 próprios, que leva a situações consecutivas de depressões, de consumo de drogas de
todos os tipos, não apenas as proibidas.
Nos nossos dias, a família como instituição, possui contornos bem diferentes dos tradicionais.
 Não há tempo para comunicar e para partilhar, mas sim uma tendência para um certo
 autismo do indivíduo no seio da família e, por conseguinte, na sociedade. ex.: papel da televisão
 A família como instituição, já não é, essencialmente nas grandes cidades, o suporte e a
protecção que lhe era característica e que vigora ainda em pequenas localidades, onde
 os laços de solidariedade continuam bastante fortes.
 Quando falamos de núcleo familiar na sociedade actual já não falamos do modelo
tradicional que imediatamente lhe associamos.
 Mesmo sabendo e vivenciando na prática do dia a dia, que o modelo da mãe não é mais
o da senhora simpática, sempre com um sorriso nos lábios e o bolo de mel no forno pronto
a sair à hora do lanche, nem o de pai o que ao fim da tarde se senta calmamente no sofá
 a ler o jornal, enquanto as crianças brincam, continuamos a romancear o papel imaginário
que a família poderia ter na melhoria da sociedade atual.
 Qual é então o modelo atual de uma família “standard” da sociedade capitalista?
É cada vez mais frequente as famílias monoparentais, começa a ser uma exceção os
 filhos viverem com os pais de sangue.
A mulher passou a ser, essencialmente, mesmo quando mãe, uma peça no processo
produtivo: ela tem horários a cumprir e responsabilidades a dar resposta.
A mulher que era o suporte afetivo e harmonizador que enquadrava a família tradicional
vê-se agora obrigada a delegar este seu papel nas educadoras de infância e nos
professores para já não falar do papel dos media na educação dos nossos filhos e das
próprias famílias.
Na UE mais de um quarto das mulheres são chefes de família.
Vivem sozinhas, ou como mães só com os filhos, e mais de metade exerce uma
atividade profissional remunerada pelo menos a tempo parcial.
Que qualidade de vida tem uma mãe que vive sozinha com os seus dois filhos e que tem
que trabalhar oito horas por dia para os sustentar?
E que qualidade de vida têm os filhos que estão durante 12, 13 horas por dia
depositados numa instituição que por muita qualidade técnica e humana que possa ter,
nunca poderá substituir o afeto e o amor de um parente próximo?
Poder-se-ia falar de uma sociedade mais humanizada e mais ajustada aos grandes
problemas do Século?
Poder-se-ia falar de mães ou pais com maior flexibilidade de horários que pudessem
acompanhar os seus familiares de formas mais sistemáticas.
O livro verde sobre a política social europeia refere: (1993)
“Precisamos de políticas destinadas aos homens e mulheres, que facilitem a combinação
entre emprego remunerado e cuidados aos filhos.
A política da família diz respeito a todas as famílias, e não apenas àquelas que se
encontram em dificuldades. Há que encontrar o equilíbrio entre família com necessidades
específicas e família na generalidade.”
E ainda:
“Há que criar horários de trabalho flexíveis, não só no interesse das entidades
empregadoras e possivelmente da criação de empregos, mas também para alcançar um
equilíbrio entre a vida familiar e a vida profissional.”
 O Desemprego surge como o grande causador da maioria das situações de exclusão.
O Ser Humano, dignifica-se pelo seu trabalho e quando lhe é retirada essa oportunidade,
a sua auto-estima, a sua razão de estar na família e por conseguinte na sociedade, deixa
de ser muito clara.
 
Essencialmente para o homem o desemprego é sinónimo de exclusão, seja a que
 classe sócio-económica pertença.
 Esta situação cria graves desajustamentos no seio da família e da comunidade onde
se encontra inserida.
Nestes casos torna-se necessário melhorar a capacidade de adaptação ao local
de trabalho e desenvolver novos tipos de emprego com base em formas inovadoras na
organização do trabalho...
 Todos sabemos que quem sofre os efeitos da reprodução da pobreza, ou seja, famílias
com parcos rendimentos e com muitos filhos, dificilmente encontra respostas
adequadas às suas necessidades de protecção, de laços afectivos e de uma educação
socio-cultural a todos os níveis.
 Embora muitos dos filhos das famílias ditas normais apareçam nos atendimentos
com rupturas familiares e com problemas de  consumo de drogas já muito acentuados.
Quando falamos do fenómeno social que é a pobreza, não podemos ceder à tendência para
 globalizar e meter no mesmo saco muitas e diferentes variáveis, uma vez que estas são,
na sua maior parte difíceis de tratar como um  todo...
Sem dúvida que é difícil uma intervenção social junto das famílias, mas é também
verdade que aí começa a prevenção.
É neste contexto que se pode trabalhar com as crianças que, de outro modo, irão mais
 tarde engrossar os exércitos de excluídos que a própria sociedade em que vivemos gera.
O objetivo da ação social deverá ser ajudar os indivíduos a encontrar um lugar no interior
do sistema.
A falta de políticas concertadas de apoio aos núcleos familiares, seja de que forma ele
se apresente, leva a situações extremas de pobreza e de isolamento.
 Estou a falar do grupo cada vez maior de pessoas sem abrigo que deambulam pelas
grandes cidade, isolados.
 A maior parte deles, os que já estão há muito tempo na rua, perdem todos os laços
 familiares e por vergonha ou por completa indiferença não demonstram vontade em os
retomar.
A maioria das pessoas nesta situação, possuem no seu percurso familiar, famílias
completamente destruturadas, de pais separados, ou famílias com grandes
dificuldades socio-económicas.
 SER SEM ABRIGO implica, na maior parte dos casos, exclusão para toda a vida.
Esta sociedade não pode ser dicotómica, em que os excluídos ficam para um lado e os
inseridos para outro.
As fronteiras entre um e outro mundo são, nos nossos tempos, muito diluídas; os créditos
bancários são uma ilusão, sobretudo na classe média e média baixa, de que o consumismo
 desenfreado é possível para todos.
 Há que encontrar um equilíbrio estável entre economicismo e humanização, desemprego e
inserção no mercado de trabalho.
 Estas variáveis não podem continuar a progredir de costas viradas umas para as outras
como se de dois mundos diferentes se tratasse.
Torna-se cada vez mais difícil falar de família porque esta está a tomar contornos muito
diversificados dos habituais e as políticas de apoio têm forçosamente que acompanhar
estas  mudanças.
Se não houver uma política concertada de apoio à família e sobretudo às crianças que dela
 fazem parte torna-se complicado falar de políticas de combate à exclusão.
Corremos ainda o perigo, defendido em certos meios, de dar novamente à mulher um
papel doméstico, voltando para casa, como forma de resolver os problemas de exclusão
que a própria sociedade acarreta.
 É necessário reunir vontades e através de parcerias, pensar-se em novas formas de
resolver e/ou minorar estes problemas.
É preciso organizar-se lobbies de pressão junto de quem decida. Chega de teorias, é hora de
 intervir.
“SE NÃO TOMARMOS NÓS CONTA DOS POBRES SERÃO ELES UM DIA A TOMAR CONTA DE
NÓS”