terça-feira, 11 de setembro de 2018

Entre o Sono e o Sonho - Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea


Entre o Sono e o Sonho - Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea - Chiado Editora

Mais uma vez a Chiado Editora seleccionou para fazer parte de uma Antologia de Poesia, uma pequena reflexão que fiz sobre a existência humana

"Antes de mais, agradeço o envio do seu poema para constar na Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea “Entre o Sono e o Sonho” - Volume X, da Chiado Books.

Após a análise do mesmo por parte do antólogo Gonçalo Martins, tenho o prazer de informar que o seu poema foi seleccionado e será inserido na nossa Antologia.O lançamento da mesma, decorrerá no dia 21 de Outubro, Domingo, no Grande Auditório do Convento São Francisco em Coimbra, pelas 14:30."








A vida plena de significados sem consciência

Que consciência temos do verdadeiro sentido desta vida?
Se a morte e a vida são o contorno de uma mesma e diluída verdade,
como encontrar a substância da qual a vida de sangue e lágrimas se alimenta?

A dualidade dos opostos une-se numa inexistência inexprimível!...

Cada passo que cuidadosa e silenciosamente damos em direcção à consciência da vida,
 torna-se um trovão da alma que nos leva num rodopio incessante de dúvidas e mais dúvidas,
 que acabam por se diluir no éter do nada, no vazio de uma ausência, de uma ausência de consciência.

A vida e a morte são a mesma face de um ténue contorno de uma existência terrena que bem sentida,
sabemos que é inexistente, se meramente compreendida pelo que somos neste contexto terreno.
Quero ser algo que não existe, só porque assim poderei, quem sabe, atingir uma vaga e imperceptível consciência.
Brumas e mais brumas que nos impedem de caminhar…
Andamos em círculos fechados.
Círculos perpétuos de vida e morte!...
Sim, somos uma humanidade eternamente às voltas no deserto…

Ana Maria Ferreira Martins

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Como Partilhar Saberes?



Como Partilhar saberes?

Tudo está bem, quando não é posto em causa!...

O saber é também ele uma ratoeira, pois coloca-nos numa situação de suposta superioridade sobre as outras pessoas!...


A verdadeira humildade advém do facto de percebermos onde acaba o nosso orgulho no que somos e no que sabemos e começa a pura liberdade de sem preconceitos nem sentimentos controversos e duais de superioridade partilharmos naturalmente esse saber, sem que internamente nos sintamos postos em causa por outras pessoas que de forma propositada ou não, tentam também elas defender com unhas e dentes as suas convicções!...

Só esta consciência do processo interno de gestão de conflitos interiores nos pode colocar numa atitude verdadeira de cooperação e partilha seja ela em que dimensões do saber seja!...

Não basta ler a teoria ou mesmo compreendê-la e dela ter consciência. É preciso integrá-la e interiorizá-la.

A experiência e o saber dela decorrente coloca-nos numa posição constrangedora em relação a quem começa de novo. Sobretudo se usarmos esse saber e essa experiência como arma de arremesso sobre as outras pessoas. A verdadeira sabedoria consiste na humildade de reconhecer o nosso e o da outra pessoa processo de conhecimento e adaptarmo-nos à optimização da relação pretendida.

Penso que é nesta conexão que reside o processo da comunicação inter-geracional e inter-disciplinar.

É na inter-relação que estabelecemos com as pessoas que nos revelamos como seres humanos em variadas dimensões. Sim, o conhecimento e a partilha deste, tem que ser encarado de forma multidiversificada e multidisciplinar, sem essa sabedoria não há verdadeira partilha.

Como fazê-lo? Só mesmo olhando para dentro de nós e identificar as nossas próprias resistências e lugares adquiridos como inquestionáveis!...Não é fácil, nem sei se na prática isto é possível.

Temos um Ego que não nos permite despir da nossa “persona” idealizada e projectada!...façamos um caminho consciente desta dificuldade e poderemos melhorar a nossa inter-relação com as pessoas. 

 Ana Ferreira Martins

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Igualdade Género



A falar sobre o fenómeno da igualdade de género no programa da Sociedade Civil

Abordaram-se questões relacionadas, com o modelo de trabalho, a maternidade, a ascensão na carreira profissional e desmontou-se a imagem da mulher vista meramente como um objecto estético. 

Foi um debate interessante e enriquecedor que conseguiu criar um espaço de reflexão sobre uma questão ainda difícil de analisar e consciencializar.



Falou-se igualmente de mulheres sem abrigo e da forma como as mulheres na pobreza a vivênciam. 



Saiba mais através do link
sociedade civil - RTP2

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Que Sonhos Eram Esses?

Carta de amor à mulher adolescente que fui e sou.
Que sonhos eram esses? Que memórias eram essas?
 Que desejos indesvendáveis escondes no teu olhar de menina e adolescente?

Sim, o olhar de uma adolescente deixa no ar todas as dúvidas de todos os sonhos por realizar, mesmo aqueles que nem sonhamos ter.

Hoje sei da insatisfação e do medo de não conseguir realizar os sonhos que não sabia que tinha, mas que queria realizar!... As dúvidas sobre o futuro que parece não existir, sim, porque na adolescência só existe o presente!.. o passado não é para lembrar e o futuro é algo que não nos pertence.

A Única coisa que nos pertence são os sonhos que não sabemos que temos, mas temos consciência intuitiva de que temos que os realizar!...
Sim, os meus sonhos tinham muito a ver com algo que sabia por intuição existir, mas que sabia ser muito difícil alcançar!...
Sabia que não queria ser como as outras pessoas, não porque me sentisse superior, mas simplesmente porque nunca me identifiquei, nem me senti incluída numa sociedade que não foi feita para mim e eu nunca consegui submeter-me às regras e ao modelo para o qual a sociedade controladora e de forte cariz patriarcal me empurrava!...

Sim, fugi à minha maneira ao espectável para uma menina, para uma mulher!...segui o meu coração, aceitei desafios e vivi intensamente as minhas paixões. A par disto e com muita dureza para o meu ser, tentei corresponder ao que a sociedade portuguesa espera de uma mulher, mãe e profissional.

Aceitei todos os desafios profissionais que me apareceram pela frente, ia com medo, mas ia!... ao mesmo tempo que com a ajuda da família criei com tempo amoroso a minha cria.

Sim os meus olhos de adolescente projetam o desejo e o medo de concretizar os sonhos que não sabia ter!...

Aos 53 anos, olhando para estes olhos, só consigo sentir uma enorme ternura e admiração por tudo o que esta adolescente concretizou e pela coragem de nunca ter voltado as costas aos desafios que a vida lhe foi colocando pela frente.

Obrigado Ana adolescente, grata por teres sido quem és e continua preenchendo as minhas células, mente e espírito com a tua força e coragem!...

Amo-te muito!...