segunda-feira, 23 de junho de 2014

As Prisões

As prisões são horríveis, sobretudo quando não têm grades nem muros.
A escuridão invade os muros fingidos e às apalpadelas tentamos encontrar algo onde nos agarrar-mos.
O mar é tenebroso e nós seres malditos abençoamos a calma que teima em se fazer esperar.
Esperança vã, a calma!... mas continuamos a esperá-la na ilusão assumida.
Os cabelos da desilusão espraiam-se no mar como as ondas, se espraiam pela areia da praia e nós perdemo-nos.
Vem dia!...vem aclarar os nossos medonhos pensamentos, vem dia humano vem depressa.
O navio quer naufragar, o vento é cada vez mais forte. Oh!...que mar de náufragos!...
Viver esta vida, alimentar esta lama, sujarmo-nos deste lodo. Heis a nossa triste sina!...
Dormir sem nunca acordar, heis a morte duradoura, heis o repouso finalmente desejado.
A.M.F.M.
8-10-1983
 

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