domingo, 16 de agosto de 2015

O poder Feminino e a criação da humanidade



Através de diferentes poderes, religioso, força bruta, e mais recentemente pela publicidade e pelo marketing, instrumentos por excelência utilizados pelo modelo capitalista, controlaram e controlam as mentes e os comportamentos da humanidade. O ato da criação humana, física, mental e espiritual, no qual reside o natural e essencial poder feminino, conseguiu com maior ou menor consciência e dificuldade escapar à malha apertada da teia de controlo que as sociedades teceram à dimensão feminina da humanidade.

O poder masculino mais alinhado com o lado esquerdo do cérebro e portanto mais associado a atitudes mentais mais racionais, lógicas e objectivas, construiu uma malha apertada ao redor das atitudes humanas mais vinculadas ao lado direito e feminino do cérebro, lado que funciona dominantemente com as intuições e emoções. Esta divisão cerebral entre feminino e masculino manifesta-se na vida das sociedades humanas de forma notoriamente evidente.

É no inconsciente que residem a maior parte das nossas emoções e intuições, é aí que temos que procurar-nos. Temos que através de um profundo trabalho interior, tornar consciente o que nos foi intencionalmente roubado, desvalorizado, ridicularizado por uma sociedade dominada por valores lógicos e racionais componentes inerentes à dimensão masculina.

O poder incomensurável da criação, da gestação da humanidade que reside no útero da mulher, fomenta uma inveja inconfessável e irracional pelo ser que detém o poder absoluto da gestão e criação humana, tem criado nas sociedades humanas um tremendo e complicado desequilíbrio e uma divisão intelectual de género. Esta relação não resolvida entre o poder da criação, uterina e portanto interior e o poder da acção fálica complementar e exterior, cria nos homens uma óbvia e visível frustração, por impossibilidade de controlar o que lhes é estranho e desconhecido e explicável pela ciência racional e lógica. Esta relação de poder mal resolvida revela-se por séculos e séculos de escravidão do mais fraco pelo mais forte fisicamente. Guerras, violações, mortes e as mais diversas formas de violência física e psicológica sobre as mulheres e seus filhos e filhas. Criação e gestação humana numa manifesta inter-relação de amor, ódio. Homens que fazendo mal a sua mães, filhos e filhas autodestroem-se na sua origem, no principio da concepção da humanidade.

A.M.F.M


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