terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Que Sonhos Eram Esses?

Carta de amor à mulher adolescente que fui e sou.
Que sonhos eram esses? Que memórias eram essas?
 Que desejos indesvendáveis escondes no teu olhar de menina e adolescente?

Sim, o olhar de uma adolescente deixa no ar todas as dúvidas de todos os sonhos por realizar, mesmo aqueles que nem sonhamos ter.

Hoje sei da insatisfação e do medo de não conseguir realizar os sonhos que não sabia que tinha, mas que queria realizar!... As dúvidas sobre o futuro que parece não existir, sim, porque na adolescência só existe o presente!.. o passado não é para lembrar e o futuro é algo que não nos pertence.

A Única coisa que nos pertence são os sonhos que não sabemos que temos, mas temos consciência intuitiva de que temos que os realizar!...
Sim, os meus sonhos tinham muito a ver com algo que sabia por intuição existir, mas que sabia ser muito difícil alcançar!...
Sabia que não queria ser como as outras pessoas, não porque me sentisse superior, mas simplesmente porque nunca me identifiquei, nem me senti incluída numa sociedade que não foi feita para mim e eu nunca consegui submeter-me às regras e ao modelo para o qual a sociedade controladora e de forte cariz patriarcal me empurrava!...

Sim, fugi à minha maneira ao espectável para uma menina, para uma mulher!...segui o meu coração, aceitei desafios e vivi intensamente as minhas paixões. A par disto e com muita dureza para o meu ser, tentei corresponder ao que a sociedade portuguesa espera de uma mulher, mãe e profissional.

Aceitei todos os desafios profissionais que me apareceram pela frente, ia com medo, mas ia!... ao mesmo tempo que com a ajuda da família criei com tempo amoroso a minha cria.

Sim os meus olhos de adolescente projetam o desejo e o medo de concretizar os sonhos que não sabia ter!...

Aos 53 anos, olhando para estes olhos, só consigo sentir uma enorme ternura e admiração por tudo o que esta adolescente concretizou e pela coragem de nunca ter voltado as costas aos desafios que a vida lhe foi colocando pela frente.

Obrigado Ana adolescente, grata por teres sido quem és e continua preenchendo as minhas células, mente e espírito com a tua força e coragem!...

Amo-te muito!...

sábado, 14 de outubro de 2017

Matriz do Pensamento Machista


É verdade, que as questões práticas do quotidiano das mulheres se alteraram para melhor na forma, mas também é uma realidade de que a matriz do pensamento machista, se mantêm!...

É a cultura dos homens, que nos oprimiu e oprime. É preciso resgatar dentro de nós mulheres o que é nosso e libertarmo-nos do modelo, do quadrado onde nos colocaram à nascença, com as suas leis, regras, modelos...é disso que temos de nos ver livres...estou farta e cansada dos amendoins!...



Eu quero-me e às mulheres de volta à humanidade!...estou cansada do patriarcado e do que ele fez e continua a fazer à essência das mulheres. Destruiu, matou, anulou o feminino na mulher e transformou-a num macho que já nem saias usa...transformou-a à sua imagem e agora temos isto!...mulheres satisfeitas com migalhas, quando elas só têm que encontrar o seu modelo e não o que lhe foi imposto à nascença.

Movem-se sem alguma consciência da aculturação a que estão sujeitas, há uma eternidade!...

Enquanto estas mulheres não ganharem consciência desta situação, o mundo continuará a girar nos mesmos moldes que nos últimos milénios. A lei do mais forte, o mais racional, o mais lógico e dimensões ligadas ao sentir, às emoções, às intuições, ao sentir simplesmente são relegadas para lado nenhum, desvalorizadas, mortas!...

É este o paradigma que na minha opinião se tem que alterar, sobe pena de deixarmos destruir o planeta e a própria humanidade no seu todo. É no resgate do feminino e do masculino essencial que reside a harmonia e não no domínio de um principio pelo outro. É neste monstruoso e óbvio desequilíbrio que reside, todas as fontes de conflito universal!...

27-4-2016






AMFM

A palavra e conceito de Homem na linguagem


O Homem nunca poderá representar homem e mulher. Humanidade ou ser humano poderá incluir a mulher. Quando se fala de Homem não me sinto incluída, talvez porque na realidade a grande maioria das vezes nem implícitas as mulheres estão.

Enfim, para alguma coisa se fala em linguagem inclusiva, onde o ele e o ela se revejam na comunicação de uma forma individualizada... e com as características especificas e diferenciadoras de cada sexo. Mulheres é tempo de repensarem a comunicação e a linguagem pois ela reflecte comportamentos, pensamentos e acções. 

A mulher permite, autoriza e compactua com comportamentos machistas fomentados pelo patriarcado sem na maioria das vezes ter consciência de que o faz, pois toda a aculturação ao longo dos últimos séculos não tem permitido que ela visualize para além da manta negra que a separa de si própria e da sua essência feminina. 

As coisas estão a mudar e mulher após mulher, vai despertando e sentindo a necessidade absoluta de compreender a verdadeira e poderosa mulher em si, aquela que é livre do poder patriarcal. 
6-10-2014

domingo, 1 de outubro de 2017

Chiado Editora - Entre o sono e o sonho - Letargia De Uma Vida

Como os sonhos se tornam divertidas realidades!...
Antologia Poemas Contemporânea Da Chiado Editora, Entre O Sono e O Sonho. Aqui estou eu a posar com o diploma de participação maior que eu nas mãos!..
Deixo-vos o poema para vossa apreciação:








A letargia de uma vida
A vida!...
Essa coisa estranha com que temos que lidar no dia a dia...,
tantos cuidados, tantas ilusões, tantas imagens...,
e tudo não passa de um passa tempo!...
O corpo, o espírito, a alma, a mente,
qual a verdadeira ligação destas dimensões?
Quando entenderemos de forma inata o que julgamos ser complexo e inacessível?
A tecedeira
Com o caminhar da vida, dos anos,
a teia vai-se complexificando de tal modo,
que se torna difícil à tecedeira circular no seu habitat.
Perante este facto, só há uma solução,
continuar a tecer,
tentando esquecer a teia que fica lá atrás,
e quando algum dos membros se prende no enlaçado da teia,
é preciso mil acrobacias para se libertar…
Depois, já livre, lá no alto de algumas ruínas,
acorda do sono que semeia os sonhos do seu destino,
e continua a tecer, a tecer sem aparente consciência.
Maria Ferreira
28-8-2017

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A vida das Mulheres - Revolução Industrial

A vida das mulheres tem sido um sofrimento atroz!... Este texto está todo armadilhado, é uma dupla ou tripla armadilha para a mulher, mas só confirma o uso e abuso do feminino!...


"As mulheres, assim como as crianças, foram incorporadas no mercado de trabalho por duas razões. Por um lado era interessante para os industriais substituir o trabalho do homem adulto, por outro, os salários dos homens que continuavam empregados caíram e se tornaram muito baixos, de tal maneira que as mulheres tiveram que complementar a renda familiar, por isso adentraram o espaço da fábrica, porém continuaram responsáveis pelos afazeres domésticos, passando a cumprir dupla jornada de trabalho, recebendo salários inferiores aqueles pagos aos homens e assim se sujeitando a uma intensa exploração.

O trabalho da mulher é um fator desagregador da família, pois se ela passa 12 a 13 horas por dia na fábrica, como então preocupar-se com a casa, marido e educar os filhos. 

Engels (2008) relata o aumento da mortalidade das crianças em consequência do retorno das mães às fábricas no terceiro ou quarto dia após o parto, muitas vezes deixando o recém-nascido sob os cuidados do irmão pouco mais velho, “[...] na hora das refeições, correm até lá para amamentá-lo e comer algo – e não é difícil imaginar em que condições ocorre esse aleitamento!” Isso explica o uso de narcóticos para que as crianças permaneçam tranquilas e as mães possam trabalhar. 

O mesmo autor complementa que “[...] O trabalho da mulher na fábrica necessariamente desagrega a família, desagregação que, nas condições sociais vigentes, elas mesmas baseadas na família, têm as mais nefastas consequências morais para os cônjuges e para as crianças”. (ENGELS, 2008, p. 181-182).

De fato, em muitas situações o trabalho da mulher além de desagregador é um desorganizador da família, pois “[...] é a mulher que mantém a casa, o homem desempregado cuida das crianças e da vida doméstica.” O baixo salário das mulheres, assim como das crianças, fez com que muitos homens fossem condenados ao trabalho doméstico. (ENGELS, 2008, p. 183).

O trabalho das mulheres também foi explorado nas minas de carvão, na árdua atividade de retirar o carvão do fundo das minas e transportar até a superfície.

Ao analisar este processo Marx sentenciou que depois de 1842, as operárias não são mais empregadas no subsolo, mas para carregar carvão, arrastar as cubas até os canais e os vagões ferroviários, selecionar o carvão etc. O emprego delas aumentou muito nos 3 a 4 anos. São na maioria mulheres, filhas e viúvas dos operários das minas, dos 12 até os 50 e 60 anos de idade. (MARX, 1989, p. 570).

Sobre o trabalho nas minas de carvão, o mesmo autor em sua obra O Capital, acrescenta que o capitalista proprietário das minas nomeava “[...] pessoas para supervisioná-la e a política que tem a aprovação dele é a de economizar o máximo possível, e uma empregada jovem recebe 1 xelim e 1 xelim e 6 pence por dia nos casos em que o homem exige 2 xelins e 6 pence.” (MARX, 1989, p. 571)."

Lucia Mamus Bottini1 Roberto Leme Batista
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Violência Doméstica



A definição utilizada em Portugal no âmbito do nosso primeiro plano Nacional Contra a Violência Doméstica foi enunciada pela Comissão de Peritos como: “qualquer conduta ou omissão que inflija, reiteradamente, sofrimentos físicos, sexuais, psicológicos ou económicos, de modo directo ou indirecto, a qualquer pessoa que habite no mesmo agregado doméstico ou que, não habitando, seja cônjuge ou companheiro ou ex-cônjuge ou ex-companheiro, bem como ascendentes ou descendentes”.

Andamos muito próximo do conceito adoptado e proposto pelo Conselho da Europa que considera violência doméstica sobre as mulheres “ qualquer acto, omissão ou conduta que sirva para infligir sofrimentos físicos, sexuais ou mentais, directa ou indirectamente, por meio de enganos, ameaças, coacção ou qualquer outro meio, a qualquer mulher e tendo por objectivo intimidá-la, puni-la ou humilhá-la ou mantê-la nos papéis estereotipados ligados ao seu sexo, ou recusar-lhe a dignidade humana, a autonomia sexual, a integridade física, mental e moral ou abalar a sua segurança pessoal, o seu amor próprio ou a sua personalidade, diminuir as suas capacidades físicas ou intelectuais”.

É um conceito amplo e de índole descritiva que pretende deixar claro que aqui se incluem formas várias de violência, entre as quais se conta a própria discriminação e depreciação física, moral e intelectual.

Este conceito adoptado pelo Conselho da Europa inscreve claramente a violência contra as mulheres num plano que é também social e, por isso, extrapolado da sua dimensão estritamente doméstica.

É hoje muito claro que no âmbito da violência doméstica as maiores vitimas são, de facto, as mulheres, mas é também sabido que a violência de género não esgota nem absorve todas as formas de violência que atormentam a vida das famílias, as desfuncionalizam e as tornam muitas vezes incapazes de sobreviver.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

VIII Volume de Poesia Portuguesa Contemporânea "Entre o Sono e o Sonho"



Cara Ana Martins, boa tarde
Espero que se encontre bem.
Agradeço o envio do seu poema para a participação no VIII Volume da Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea “Entre o Sono e o Sonho”.
Após a análise do mesmo, por parte do Antólogo Gonçalo Martins, tenho todo o prazer em informar que o seu poema foi selecionado e que será inserido neste VIII Volume da Antologia.
O lançamento da obra decorrerá no mês de Setembro pelo que brevemente voltaremos ao seu contato para o/a (alterar o que não interessa) informar relativamente à data e local de lançamento.
Será o Evento Poético do Ano em Portugal, onde apresentaremos ao público uma obra que perdurará como um dos mais arrojados objetos de poesia publicados no nosso país.
Teremos todo o gosto em contar com a sua presença!


Chiado Editora - Entre o sono e o sonho


A letargia de uma vida

A vida!...
Essa coisa estranha com que temos que lidar no dia a dia...,
tantos cuidados, tantas ilusões, tantas imagens...,
e tudo não passa de um passa tempo!...
O corpo, o espírito, a alma, a mente,
qual a verdadeira ligação destas dimensões?
Quando entenderemos de forma inata o que julgamos ser complexo e inacessível?

A tecedeira

Com o caminhar da vida, dos anos,
 a teia vai-se complexificando de tal modo,
que se torna difícil à tecedeira circular no seu habitat.
Perante este facto, só há uma solução,
continuar a tecer,
tentando esquecer a teia que fica lá atrás,
e quando algum dos membros se prende no enlaçado da teia,
é preciso mil acrobacias para se libertar…
 Depois, já livre, lá no alto de algumas ruinas,
acorda do sono que semeia os sonhos do seu destino,  
e continua a tecer, a tecer sem aparente consciência. 

Maria Ferreira

segunda-feira, 21 de agosto de 2017




«Há mais de 300 anos, no Terreiro da Luta, cerca de 1 quilómetro acima da igreja de Nossa Senhora do Monte, uma Menina, de tarde, brincou com certa pastorinha, e deu-lhe merenda. Esta, cheia de júbilo, refere o facto à sua família, que lhe não deu crédito, por lhe ser impossível que naquela mata erma e tão arredada da povoação aparecesse uma Menina. Na tarde seguinte reiterou-se o facto e a pastorinha o recontou. No dia imediato, à hora indicada pela pastorinha, o pai desta, ocultamente foi observar a cena, e viu sobre uma pedra uma pequena imagem de Maria Santíssima, e à frente desta «a inocente pastorinha que, a seu pai, inopinadamente aparecido, afirmava ser aquela imagem a Menina de quem lhe falava». O pastor, admirado, não usou tocar a Imagem e participou o facto à autoridade que mandou colocá-la na capela da Incarnação, próxima da actual igreja de N.ª S.ª do Monte» - nome que desde então foi dado àquela veneranda imagem».

terça-feira, 4 de julho de 2017

O Culto da Antiga Deusa

Monsanto.Beira Baixa, Junho 2017. Ana Martins
“ Vi um local de culto da antiga Deusa, uma caverna escondida nos montes, onde iriam as mulheres com o seu desgosto, raiva, culpa e vergonha, os seus pedidos e rezas, instalar-se uma noite inteira, na escuridão da caverna com as suas emoções sombrias. De manhã partiam reconfortadas e em paz, depois de lançar os seus sentimentos, e o sangue de uma ave ou animal sacrifical sobre uma grande rocha escura, que era a Deusa. Essa rocha aguenta, aceita, testemunha. Nada é demasiado insuportável ou demasiado terrível para se deixar nela. A caverna é a sepultura e o útero da Grande Mãe, um local de morte e de renascimento, o caldeirão de regeneração e transformação: cá está outra versão da Deusa e do Graal.” Travessia para Avalon, Jean Shinoda Bolen, pág.161

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quarta-feira, 7 de junho de 2017



https://arquivos.rtp.pt/conteudos/ana-martins-e-joao-pereira-coutinho/


As Minhas Dúvidas Espirituais

Eu que não percebo, porque não estudei, nada de astros, de combinações estrelares ou qualquer coisa relacionada com astros para além dos habituais signos nos mais diversos tipos de revistas, acabo por me ver numa situação do âmbito psicológico de tal modo conturbada que a remeto para algum tipo de alinhamento planetário ou estrelar que me escapa por completo ao entendimento.

Enfim, isto tudo para dizer que os últimos dias têm sido para mim, assim tipo um carrossel mental, físico, espiritual, se é que posso ter acesso ao dito!...
Bom, isto de nos relacionarmos com mulheres que detêm algum, ou mesmo, muito saber em áreas do foro espiritual, deixa-nos a flutuar num mar de incertezas por falta de uma grelha de análise, a que estou habituada a recorrer no domínio das ciências sociais e mesmo psicológicas.


Parece que só me resta acreditar na minha capacidade intuitiva, que tento recuperar, porque esquecida e desconhecida como está, por enquanto não me atrevo a dar-lhe muita credibilidade.

Tenho a minha intuição assim, como que num estado de estágio profissional. Se correr bem, depois logo vejo se a integro a tempo inteiro ou com um contrato a termo. Bom, estava eu a dizer que só me resta acreditar nesta estagiária que é a minha capacidade de intuir a verdade, ou melhor a realidade. Que credibilidade e confiança posso depositar nas minhas amigas por natureza mais vocacionadas que eu para o mundo espiritual?

Dado que este domínio me era um domínio auto-negado, porque não podemos optar por tudo e sempre na vida. Daí dizer-se que há um tempo para tudo!...Eu vivi num quadrado sagrado onde o mundo espiritual não entrava pois não tem grelhas que se lhe possa aplicar. Senão tem grelhas, regras, fórmulas não pode existir neste mundo mecanizado e profissionalizado.

Bom, não podendo eu para já confiar na estagiária, nem possuindo uma grelha para testar as minhas amigas, como posso confiar na verdade das minhas amigas que lêem cartas, que vêem nos astros, que canalizam, e sei lá mais o quê que para mim é um mundo desconhecido mas em que acredito, apesar de não saber em quem ou se devo acreditar no que quer que seja?




Na verdade esta confusão mental e psicológica que vos falei no principio, reside na minha incapacidade em acreditar, ou mesmo em ter fé!...

Vão-me dizer as minhas amigas psicólogas, pois se tu não acreditas em ti própria não podes acreditar nas outras!… sim, na verdade a verdade de mim própria está de tal forma armadilhada pelo modelo patriarcal, com a sua moral, todo ele minado de ratoeiras, que a minha mente, não chega à natureza da minha alma e portanto à minha espiritualidade. O caminho para a verdade espiritual e terrena está de tal modo labiríntico que nos conduz sistematicamente a uma não verdade de nós próprias e das outras!... no fundo é isto que me tem tirado a paz nestes últimos dias!...

Penso que descobri que a verdade das outras não existe porque a minha própria verdade me está inacessível e portanto mais ou menos inconscientemente, intui que a verdade tal e qual eu espero que ela se me apresente em mim e nas outras, não existe!...

Sim, não são as grelhas das ciências ditas objectivas ou subjectivas, ou a confiança na intuição por purificar que nos poderão conferir a certeza seja do que for!...A verdade está-nos inacessível neste mundo!...

Quem se pensa detentora de verdades para além de incorrer em riscos para si própria, de se perder num mundo cada vez mais ilusório, pode igualmente conduzir outras pessoas num engano cruel, do qual quando as menos conscientes acordarem podem sentir-se ainda mais perdidas do que no momento em que começaram.

AMFM
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terça-feira, 6 de junho de 2017

As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa - Feira Do Livro De Lisboa 2017 - Chiado Editora













As mulheres estão sujeitas a uma maior vulnerabilidade económica por estarem dependentes do modelo familiar patriarcal, onde o homem é o chefe de família. Assim, a precariedade do emprego, os baixos salários e a fraca protecção social a que estão sujeitas podem conduzir à situação extrema de pobreza, a de ser sem abrigo. 



Fui para casa da irmã do meu marido e aí começou a história toda, ela é que dizia coisas e eu é que levava tareia, estava grávida da minha Rita, entretanto ela nasceu e aquilo continuou, não me batia tanto, mas estava sempre a berrar ”
(Paula 2, solteira, 25 anos, 2 filhas)














Ser mulher ou homem sem abrigo tem uma carga psicológica diferente para quem vivencia a situação, para quem a observa de fora ou ainda para os técnicos que trabalham directamente com o fenómeno social. 




Embora, como já foi referido, o fenómeno dos sem abrigo seja, ou tenha sido, até aos nossos dias, predominantemente masculino e a proporção de mulheres nas últimas décadas tenha vindo a aumentar, as percentagens não ultrapassam ainda os 10% e 25% em relação aos homens (Marshall, cit. in Bhegre, 1996).



Uma possível justificação para que os números de mulheres sem abrigo não sejam mais elevados pode estar relacionada com a invisibilidade da situação. Culturalmente a rua é pertença do homem, não se passando o mesmo com a mulher. 



“As mulheres escondem-se mais que os homens, elas têm a necessidade de se esconderem.” (M.J 1, 29 anos, união facto, uma filha).




As mulheres sem abrigo poderão estar mais escondidas, pois têm mais tendência do que os homens para ficarem em casa de amigos ou de familiares, e para visarem a última morada como endereço de conveniência (Fernandez, cit. in Bhugra, 1996). A mulher tende a procurar situações de completa invisibilidade, pois o espaço público é visto como pertença do homem e o privado da mulher. Quando a mulher se vê na situação limite de ter que viver na rua, ou qualquer outro local público, provavelmente sofrerá graus de adaptabilidade inferiores ao do homem. Este sentimento de perca e de desajustamento ao meio ambiente leva-a, com certeza, a esconder-se em casas abandonadas, barracas e outros locais longe dos olhares de quem passa."
Excerto do livro, as Sem Abrigo de Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa

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87ª Feira Do Livro de Lisboa - As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa



17
JUNHO


16h00

Sessão de Autógrafos | No Pavilhão | Chiado Editora

Sessão de Autógrafos do livro "As Sem Abrigo de Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa" com a presença da Autora Ana Ferreira Martins


http://feiradolivrodelisboa.pt/
https://www.chiadoeditora.com/livraria/as-sem-abrigo-de-lisboa-mulheres-que-sonham-com-uma-casa

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terça-feira, 30 de maio de 2017

Joana D`arc - Queimada por feitiçaria


Joana D'arc

Joana D’arc nasceu na França no ano de 1412 e morreu em 1431 (época medieval). Foi uma importante personagem da história francesa, durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), quando seu país enfrentou a rival Inglaterra. Joana D’arc foi canonizada (transformada em santa) no ano de 1920.

Biografia

A história da vida desta heroína francesa é marcada por fatos trágicos. Quando era criança, presenciou o assassinato de membros de sua família por soldados ingleses que invadiram a vila em que morava. Com 13 anos de idade, começou a ter visões e receber mensagens, que ela dizia ser dos santos Miguel, Catarina e Margarida. Nestas mensagens, ela era orientada a entrar para o exército francês e ajudar seu reino na guerra contra a Inglaterra.

Motivada pelas mensagens, cortou o cabelo bem curto, vestiu-se de homem e começou a fazer treinamentos militares. Foi aceita no exército francês, chegando a comandar tropas. Suas vitórias importantes e o reconhecimento que ganhou do rei Carlos VII despertaram a inveja em outros líderes militares da França. Estes começaram a conspirar e diminuíram o apoio de Joana D’arc.

Em 1430, durante uma batalha em Paris, foi ferida e capturada pelos borgonheses que a venderam para os ingleses. Foi acusada de praticar feitiçaria, em função de suas visões, e condenada a morte na fogueira. Foi queimada viva na cidade de Rouen
, no ano de 1431.

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quinta-feira, 18 de maio de 2017

A Dualidade Das Santas e Dos Demónios



É no acto da escrita que consigo verdadeiramente o encontro comigo mesma..., é nele que curo as minhas feridas, que me reconcilio e apaziguo comigo própria.

A dualidade entre o bem e o mal faz de nós ora santas, ora demónios!...quem gosta de olhar, sentir, assumir, aceitar os seus demónios? quem gosta quando alguém lhe aponta e situa os seus erros? Erros? à luz de que moral? a dualista entre o bem e o mal? porque não podemos ser? seria impossível sem a moral das igrejas ? O ser humano já se teria auto-destruído? 

Será que poderíamos simplesmente viver de acordo com a nossa essência sem ter que olhá-la como boa ou má, mas simplesmente como fazendo parte integrante da nossa existência humana? Não sei!...

Mas quando deslizo, tal serpente por entre os assuntos relacionados com as questões de género, parece que todo o mundo, ou uma grande parte dele, se vira contra mim!...os homens consciente ou inconscientemente não querem ceder e as mulheres na ilusão da boa mulher, da senhora séria e agora mais na moda, de um ser luz, escamoteia tudo o que não contribui para a construção luminosa que arduamente luta por construir. Um palácio cheio de luz onde os demónios não entram, porque se ela não os olhar nos olhos e não os consciencializar com a mente eles simplesmente não existem e a sua imaculada auréola resplenderá por todo o palácio e o mundo será tão luminosos lá fora como o que ela finge e crê construir paredes para dentro de si e da sua casa...
Museu Arte Antiga Londres

Onde é que eu já vi isto?!...minha deusa faz com que as mulheres compreendam que os demónios existem e que ela o romanceia até à morte!...nascem e morrem sem conseguirem olhar de frente o demónio com que muitas vezes viveram uma vida inteira!...que batia nas filhas e nos filhos, que batia nela!..., que a obrigava a fazer sexo quando precisava!..., que fechava os olhos aos abortos sucessivos que tinha que fazer!...que a obrigava diariamente a servir sem horas nem qualquer tipo de compensação!...que a impedia de aceder às contas bancárias, de sair sem autorização, de a chantagear com a saída de casa!...de a apertar nos lugares de autocarro ao ponto de ela se ter que levantar!...de se encostar no metro de forma a que ela se encolha em tamanho e em humilhação!...que a perseguia com piropos e atitudes menos próprias na praia, no café, no cinema, no jardim, no escritório...

Sim e sempre quem se escondeu com vergonha e sentimento de culpa era e é ainda, a mulher!...vergonha que soubessem que ela ou a filha tinham sido violadas, vergonha por o marido ser alcoólico e bater-lhe!...vergonha simplesmente porque sim!..., porque nascer mulher já é por si uma vergonha!...

Sim, a Eva essa mulher diminuída pela igreja, essa mulher pecadora e culpada de todos os males do mundo!...sim é dessa mulher que guardamos a memória celular da criação!...

Um dia, longínquo com certeza, as coisas retomarão o seu lugar natural e o equilíbrio voltará ao mundo, as guerras acabarão, e viveremos de acordo com a essência de cada ser, seja ele homem ou mulher, sem que nenhum tenha que ser subjugado pelo outro.

Até lá resta às mulheres e homens conscientes lutarem por um mundo mais justo e equilibrado.

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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Maria, Minha Mãe



Maria, minha mãe.

Mulher que inspiras os meus dias, mãe que me dás a mão e me acompanhas nas provações que fazem parte integrante da vida.

Tu mulher criadora de toda a vida, tu fêmea que de forma virgem te dás ao teu semelhante sem preconceitos, estereótipos, dualidades de bem e de mal.

Tu mãe que proteges e compreendes a dor de todas as mulheres e homens gerados no teu ventre sempre virgem.

Maria, que carregas e projectas a energia celestial em direcção à terra onde os teus filhos e filhas se dilaceram em sofrimentos e celebram a gratidão das coisas maravilhosas próprias da vida!...

Maria, Mãe nossa, espalhai o teu consolo pelos nossos corações doridos de tanto sofrimento.

Mãe divina protegei as mulheres e permiti que seja resgatada a sua dignidade terrena e que a união das essências feminina e masculina seja uma realidade em si própria, plena de verdade e sabedoria divina.




Maria salva-nos desta mentira em que se tornou a celebração da tua fé, num mundo que não é o nosso, mas sim dos que quiseram subjugar-te a um papel secundário e mesmo ausente, na fé vivida no corpo e no espírito!..

AMFM
12-05-2017
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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Mulheres Sem Abrigo

É já na amanhã pelas 18h.15m, no Centro De Cultura E Intervenção Feminista da UMAR em Alcântara - Lisboa. Vai haver tempo para debate.Conto com a vossa presença!...

https://www.facebook.com/events/202288290286574/?acontext=%7B%22ref%22%3A%2222%22%2C%22feed_story_type%22%3A%2222%22%2C%22action_history%22%3A%22null%22%7D&pnref=story

Feantsa - As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa



No Flash News da Feantsa de Abril, Federação Europeia de Associações que Trabalham Com Sem Abrigo, saiu uma nota sobre o lançamento Das Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa

The Homeless from Lisbon - Women Who Dream of a House by Ana Ferreira Martins published

After noting the dearth of academic literature on women’s homelessness in Portugal, Ana Ferreira Martins, director of the social section of International Medical Assistance, has written The Homeless from Lisbon – Women Who Dream of a House, a study of women’s homelessness in the city. In an interview with Expresso, Martins discusses the role of domestic violence in causing women’s homelessness and highlights the fact that most of the homeless women she surveyed had children. Read the interview in full here.

http://expresso.sapo.pt/…/2017-04-01-A-maior-parte-das-mulh…
http://mailchi.mp/feantsa/feantsa-flash-april-2017…



segunda-feira, 1 de maio de 2017

Mis-ce-lâ-nea - Dimensão Feminina a Resgatar e Integrar: O Trabalho

Mis-ce-lâ-nea - Dimensão Feminina a Resgatar e Integrar: O Trabalho: O  Trabalho Alguém me sabe dizer o que se entende por trabalho e por trabalhadoras e trabalhadores nesta sociedade? Não entendo bem por...

Trabalho ou escravidão?

O  Trabalho

Alguém me sabe dizer o que se entende por trabalho e por trabalhadoras e trabalhadores nesta sociedade?

Não entendo bem porque o foco da existência humana tem que focalizar-se no trabalho e não no lazer!... Ou seja o trabalho deveria ser um instrumento que nos proporcionaria a legitima oportunidade de sermos independentes dentro de um modelo sócio-económico  pré-estabelecido.

O modelo economicista e capitalista faz crer que a raça humana se dignifica através do trabalho e eu questiono a quem convém este dogma incontornável dos nossos dias?

Fala-se em nova escravidão e na verdade são raras as situações em que consigo vislumbrar para além da escravidão, um prazer inerente à existência humana, o usufruto de nós próprias e próprios num contexto terreno. Onde o usufruto pleno da terra onde vivemos fosse o objectivo primordial da nossa vida!...

Criaram-se estruturas políticas que parecem garantir o bem estar das trabalhadoras e dos trabalhadores, garantir o quê? Não sei bem explicar!...o que se entende por bem estar num contexto onde o trabalho sentido como escravidão é a realidade dominante!...

Enfim, o modelo dominante continua o seu caminho inexorável fazendo crer ao comum das cidadãs e dos cidadãos que não lhes resta outro caminho senão este, o de servir cegamente os senhores do capital, os donos do mundo!...
AMFM

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sábado, 29 de abril de 2017

quarta-feira, 12 de abril de 2017

"As Sem Abrigo de Lisboa" | Inferno




Deixo-vos aqui a entrevista na integra. Foi ontem no canal Q, num programa chamado Inferno com Aurélio Gomes. Quem sabe tenham tempo e vontade para a ver e ouvir falar sobre Mulheres Sem Abrigo.

https://plus.google.com/100559155052713722132/posts/cdaaH3hWtTA

O modo como vivemos a vida será uma opção ou uma inevitabilidade?

Sim eu sei que sou uma idealista e que algumas pessoas que conheço encaram o facto como negativo, curiosamente essas pessoas defendem que não há mal nem bem, positivo ou negativo e o que existe é somente a realidade, realidade essa que não sabem descrever e muito menos entender, mas é assim a realidade está para além do bem e do mal e eu concordo!!...
Bom, não me resta outra coisa perante as evidências da minha vida senão assumir-me como uma tola sonhadora e idealista que dificilmente aceita a realidade em que que se viu envolvida por nascimento!...
Não aceitando essa realidade, que a maioria entende como sendo um inferno na terra, tenho vivido em permanente luta, fora e dentro de mim. Esta dualidade inerente à condição humana, provoca dispersão, desfocalização e portanto falta de foco na luta! Basicamente o que parece acontecer, é que disparo para todos os lados, gastando as balas que preciso para destruir o inimigo primordial…, que é?!... não sei bem!...

Na minha idealização psicosocial a realidade não encaixa. A luta é uma constante de uma vida, pois a cultura em geral e a patriarcal em especial é qualquer coisa que tenta destruir e corroer tudo o que seja essencial e ideal no ser humano, remetendo-o para um modelo puramente funcional, com um romance à medida, que passa sempre por um casamento, uma família feliz, uma casa e um carro de sonho, tudo isto embrulhado em papel celofane dourado ou amarelado para dar o efeito de brilho!...
Pois é!..., não lido bem com a realidade e luto por construir um mundo ideal e portanto inexistente!...Não me acomodo, estrebucho, luto e lutando deixo esta vida!... Será uma opção ou uma inevitabilidade?

Ser consciente do mundo em que vivemos e de quem somos ajuda, mas parece não chegar!... chegar para quê? Não sei!..., deixei de me importar com o foco e com o alvo. Limito-me a caminhar e a usufruir do saber que os episódios menos bons e bons me vão proporcionando!...
Sempre senti que o propósito quando existente e consciente não precisa de ser mentalizado, ele inter-relaciona-se com energias internas e externas que se sobrepõem a qualquer mentalização ou mesmo consciência. O nosso propósito, missão, a existir, precisa de uma oportunidade para se expressar e tendo-a, agarra-a e o universo conspirará para o realizar.

Deixar fluir-nos é essencial para a concretização desse ideal de justiça, de harmonia, de saber, que algumas pessoas buscam.

Elevar consciências através de palestras, leituras, meditações, consciência quântica, não basta para atingir o saber, a harmonia, o bem estar psicosocial e espiritual. É preciso agir!... Sem ação tudo não passa de mera demagogia sem consequências na vida da maioria das pessoas que precisam de todo o tipo de apoio e ajuda.

O modo como vivemos a vida será uma opção ou uma inevitabilidade?
AMFM
12-4-2017

domingo, 9 de abril de 2017

As Sem Abrigo Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa - Chiado Editora

As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa

Tenha acesso ao video e fotos que documentam o lançamento do livro, As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa de Ana Ferreira Martins.

Investigação com base em histórias de vida reais de muheres que viveram a situação de serem sem abrigo.

Faça o seu pedido aqui:

 https://www.chiadoeditora.com/livraria/as-sem-abrigo-de-lisboa-mulheres-que-sonham-com-uma-casa

https://www.facebook.com/AMFMMFMS



quarta-feira, 5 de abril de 2017

Mulher Degelo







Mulher Degelo


Há muito que não coloco nada no papel, mas se como dizem, as ideias que elaboramos na mente têm alguma força, tenho produzido muito texto no mundo inacessível das ideias fora do papel…


Sim, quero escrever sobre a mulher, sobre esta mulher que cada vez conheço melhor e à medida que vou conhecendo mais, compreendo que a ponta visível do Icebergue é uma simples projeção sem existência ontológica e que com um pouco de calor derrete sem deixar rasto…enfim, triste analogia do que é ser mulher, mas na verdade o que o mundo tem feito à mulher não lhe deixa muito de si onde se agarrar!...

Dá-me vontade de rir, talvez por desespero, o fato de ter chegado à conclusão que à medida que caminho no aprofundamento da procura de algo que sinta como sendo realmente, genuinamente e essencialmente feminino na mulher, encontro a ponta de um Iceberg em vias de evaporação etérea.

Onde estais mulheres reais, essenciais, aquelas que eram donas dos seus úteros, do seu verbo? Continuo a rir-me…, não as encontro!... Pontas de Icebergs em vias de evaporação no poderoso céu do patriarcado.


Este riso é o riso nervoso de quem sabe que o calor está aí e que vai derreter o que resta da mulher ontológica, da mulher antes da Eva, a que era plena e que não permitia que a dividissem, entre santa e puta, a que não permitia que as regras do jogo a subjugassem perante um masculino usurpador do espaço feminino da humanidade.

Essa mulher completa, aniquilada dos livros de história, da interpretação sócio- antropológica, subjugada aos deuses homens de toda a mitologia primeiro Grega, depois Romana e por aí fora... Sim, é esta mulher que busco, a que destruíram, a que queimaram física, mental e espiritualmente da história da humanidade, o que quer que seja que humanidade signifique
.
A.M.F.M.

As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa


Muitas pessoas têm perguntado onde podem adquirir o livro:

As Sem Abrigo De Lisboa foi apresentado às livrarias do comércio tradicional e aos grandes grupos comerciais (Fnac, Sonae, ECI, Bertrand, Sonae, Almedina, Auchan, Bulhosa, entre outros) que farão encomenda da obra se assim entenderem. No caso da não-encomenda a obra estará sempre disponível em qualquer balcão através de encomenda. 





Lançamento Das Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa

Está já disponível no website da Chiado Editora, onde pode ser enviado para qualquer leitor, de qualquer parte do mundo.

O link é o seguinte: 
As Sem Abrigo de Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa. 

https://www.chiadoeditora.com/livraria/as-sem-abrigo-de-lisboa-mulheres-que-sonham-com-uma-casa
























terça-feira, 28 de março de 2017

As Sem Abrigo De Lisboa - Mulheres Que Sonham Com Uma Casa


Depoimento de uma mulher sem casa

Tenho 3 irmãs, todas filhas do mesmo pai, eu sou a do meio...a mais nova saiu...depois voltou...depois voltou a sair...mas nunca aceitou a minha mãe, ou seja o meu pai nunca aceitou dar-me o nome, dizia que eu não era filha dele. Depois a vida começou a andar muito para o torto e a minha mãe arranjou um companheiro, depois separou-se dele. Esse companheiro é que me deu o nome, ele não...os meus pais para todos os efeitos...se não fosse ele, por acaso também já faleceu, mas para todos os efeitos ele é o meu pai!...

O meu pai verdadeiro, não sei, se ele vive...não sei nada porque eu não o conheci...só que a minha mãe depois conheceu aquele senhor que me deu o nome. Faleceu e eu fui criada com outra pessoa. Não conheci outros pais a não ser mesmo o que me criou, que não é aquele que me deu o nome...porque como eu não era...

A minha mãe nunca foi feliz, juntou-se...até pelo menos aos 18,19 anos foi ele que me criou...não conheci outro pai a não ser mesmo o que me criou...que não é aquele que me deu o nome.


Ter pai ou não ter tido é a mesma coisa porque ele...como eu não era filha dele dizia para a minha mãe que não tinha nada que me dar nada porque não era meu pai, então a minha mãe nunca conseguiu ser feliz e esteve 15 anos…, ele já começou a ser muito idoso e começou a ter as birras deles como sempre e já não dava para viver com ele, a minha mãe era mal tratada, ela bebia muito...já por fim nós começamos a ter a nossa vida porque era-mos maiores de idade e ele não nos deixava sair para lado nenhum e a gente queria sair com o namorado e ele não deixava e a minha mãe teve mesmo que o pôr fora de casa. A casa era da minha mãe, casa da câmara era da minha mãe e automaticamente ele não tinha o nome na casa...aí as coisas...eu fiquei com a minha mãe, mas as coisas começaram a complicarem-se, a minha irmã tinha um marido que mandava muito, depois queria mandar na minha mãe e em mim e trabalhei no fórum...que era um centro que se trabalhava por conta do centro de emprego, mas era um emprego. Trabalhava todos os dias, todos os dias trabalhava e ao cabo juntava muitos salários activos, só que a minha mãe começou-me a ir buscar esse dinheiro, eles em vez de me darem esse dinheiro a mm davam à minha mãe...tinha uns 18, perto de 18 anos, comecei a trabalhar muito nova...e então resolvi sair de casa porque a minha mãe queria o dinheiro todo para ele e começou a tratar-me muito mal, batia-me, chamava-me nomes...nunca fui feliz...e depois era assim!...


Eu pretendia fazer a minha vida, pretendia casar, pretendia ter um rapaz do meu lado. eu queria namorar e ele não deixava, ele entendia que eu tinha que andar debaixo das saias dela e eu entendia que não...aí, eu conheci um rapaz...conheci um rapaz e depois foi meu marido (não são casados) e comecei a namorar com ele, na altura ele vivia na rua...é um rapaz que vivia nas arcadas do Martin Moniz...dormia na rua, só que depois a minha mãe começou a falar comigo...conheci-o também na rua...estava na rua...por volta dos 18 anos, comecei a ir à sopa dos pobres e conheci-o lá. Falei com ele e convidei-o para ir à festa que havia e ele aceitou, foi comigo...só que depois começou a falar que na rua, não tinha onde dormir, onde comer...e nessa altura eu já estava prestes a ir para casa da minha mãe e a minha mãe aceitou-me, queria que eu fosse lá para casa...depois, falei com a minha mãe e aceitou que ele fosse também, só que depois aí começaram os problemas…a minha irmã andava a dar em cima do meu marido, aí eu comecei a ver...eu trabalhava, trabalhei sempre, sempre, sempre. Quando o meu marido me conheceu, estava a trabalhar no...e a dormir na rua (1 ano) dormia dentro do aeroporto de Lisboa. Tenho lá testemunhas...tomava duche dentro do aeroporto com água fria...nas casas de banho para ir para o trabalho e depois comecei...quando conheci o meu marido...na casa da minha mãe, eu ia trabalhar e ela (irmã) queria que o meu marido ficasse em casa, aí comecei a topar...aí eu fui, lutei, lutei, sempre a lutar para que o meu marido viesse para o pé de mim em Lisboa. Sai de casa da minha mãe e o meu marido veio comigo e começamos novamente a viver dentro do aeroporto em Lisboa, vivíamos dentro de um carro velho dentro do aeroporto...depois acabou o meu contracto na....aquilo fechou e eu fui trabalhar para um hotel...levantar-me do carro no aeroporto. Comecei a trabalhar nesse hotel, só que esse hotel, as portas eram abertas por um problema de eu não saber ler nem escrever...Com cartão, eu queria abrir as portas e não conseguia...então eles mandaram-me embora...aí, comecei a lutar, sempre a lutar junto com o meu marido sempre, a gente estávamos sempre unidos, sempre naquela força, a lutar a lutar...com as assistentes sociais. 

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