sábado, 14 de outubro de 2017

A palavra e conceito de Homem na linguagem


O Homem nunca poderá representar homem e mulher. Humanidade ou ser humano poderá incluir a mulher. Quando se fala de Homem não me sinto incluída, talvez porque na realidade a grande maioria das vezes nem implícitas as mulheres estão.

Enfim, para alguma coisa se fala em linguagem inclusiva, onde o ele e o ela se revejam na comunicação de uma forma individualizada... e com as características especificas e diferenciadoras de cada sexo. Mulheres é tempo de repensarem a comunicação e a linguagem pois ela reflecte comportamentos, pensamentos e acções. 

A mulher permite, autoriza e compactua com comportamentos machistas fomentados pelo patriarcado sem na maioria das vezes ter consciência de que o faz, pois toda a aculturação ao longo dos últimos séculos não tem permitido que ela visualize para além da manta negra que a separa de si própria e da sua essência feminina. 

As coisas estão a mudar e mulher após mulher, vai despertando e sentindo a necessidade absoluta de compreender a verdadeira e poderosa mulher em si, aquela que é livre do poder patriarcal. 
6-10-2014

domingo, 1 de outubro de 2017

Chiado Editora - Entre o sono e o sonho - Letargia De Uma Vida

Como os sonhos se tornam divertidas realidades!...
Antologia Poemas Contemporânea Da Chiado Editora, Entre O Sono e O Sonho. Aqui estou eu a posar com o diploma de participação maior que eu nas mãos!..
Deixo-vos o poema para vossa apreciação:








A letargia de uma vida
A vida!...
Essa coisa estranha com que temos que lidar no dia a dia...,
tantos cuidados, tantas ilusões, tantas imagens...,
e tudo não passa de um passa tempo!...
O corpo, o espírito, a alma, a mente,
qual a verdadeira ligação destas dimensões?
Quando entenderemos de forma inata o que julgamos ser complexo e inacessível?
A tecedeira
Com o caminhar da vida, dos anos,
a teia vai-se complexificando de tal modo,
que se torna difícil à tecedeira circular no seu habitat.
Perante este facto, só há uma solução,
continuar a tecer,
tentando esquecer a teia que fica lá atrás,
e quando algum dos membros se prende no enlaçado da teia,
é preciso mil acrobacias para se libertar…
Depois, já livre, lá no alto de algumas ruínas,
acorda do sono que semeia os sonhos do seu destino,
e continua a tecer, a tecer sem aparente consciência.
Maria Ferreira
28-8-2017

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A vida das Mulheres - Revolução Industrial

A vida das mulheres tem sido um sofrimento atroz!... Este texto está todo armadilhado, é uma dupla ou tripla armadilha para a mulher, mas só confirma o uso e abuso do feminino!...


"As mulheres, assim como as crianças, foram incorporadas no mercado de trabalho por duas razões. Por um lado era interessante para os industriais substituir o trabalho do homem adulto, por outro, os salários dos homens que continuavam empregados caíram e se tornaram muito baixos, de tal maneira que as mulheres tiveram que complementar a renda familiar, por isso adentraram o espaço da fábrica, porém continuaram responsáveis pelos afazeres domésticos, passando a cumprir dupla jornada de trabalho, recebendo salários inferiores aqueles pagos aos homens e assim se sujeitando a uma intensa exploração.

O trabalho da mulher é um fator desagregador da família, pois se ela passa 12 a 13 horas por dia na fábrica, como então preocupar-se com a casa, marido e educar os filhos. 

Engels (2008) relata o aumento da mortalidade das crianças em consequência do retorno das mães às fábricas no terceiro ou quarto dia após o parto, muitas vezes deixando o recém-nascido sob os cuidados do irmão pouco mais velho, “[...] na hora das refeições, correm até lá para amamentá-lo e comer algo – e não é difícil imaginar em que condições ocorre esse aleitamento!” Isso explica o uso de narcóticos para que as crianças permaneçam tranquilas e as mães possam trabalhar. 

O mesmo autor complementa que “[...] O trabalho da mulher na fábrica necessariamente desagrega a família, desagregação que, nas condições sociais vigentes, elas mesmas baseadas na família, têm as mais nefastas consequências morais para os cônjuges e para as crianças”. (ENGELS, 2008, p. 181-182).

De fato, em muitas situações o trabalho da mulher além de desagregador é um desorganizador da família, pois “[...] é a mulher que mantém a casa, o homem desempregado cuida das crianças e da vida doméstica.” O baixo salário das mulheres, assim como das crianças, fez com que muitos homens fossem condenados ao trabalho doméstico. (ENGELS, 2008, p. 183).

O trabalho das mulheres também foi explorado nas minas de carvão, na árdua atividade de retirar o carvão do fundo das minas e transportar até a superfície.

Ao analisar este processo Marx sentenciou que depois de 1842, as operárias não são mais empregadas no subsolo, mas para carregar carvão, arrastar as cubas até os canais e os vagões ferroviários, selecionar o carvão etc. O emprego delas aumentou muito nos 3 a 4 anos. São na maioria mulheres, filhas e viúvas dos operários das minas, dos 12 até os 50 e 60 anos de idade. (MARX, 1989, p. 570).

Sobre o trabalho nas minas de carvão, o mesmo autor em sua obra O Capital, acrescenta que o capitalista proprietário das minas nomeava “[...] pessoas para supervisioná-la e a política que tem a aprovação dele é a de economizar o máximo possível, e uma empregada jovem recebe 1 xelim e 1 xelim e 6 pence por dia nos casos em que o homem exige 2 xelins e 6 pence.” (MARX, 1989, p. 571)."

Lucia Mamus Bottini1 Roberto Leme Batista
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Violência Doméstica



A definição utilizada em Portugal no âmbito do nosso primeiro plano Nacional Contra a Violência Doméstica foi enunciada pela Comissão de Peritos como: “qualquer conduta ou omissão que inflija, reiteradamente, sofrimentos físicos, sexuais, psicológicos ou económicos, de modo directo ou indirecto, a qualquer pessoa que habite no mesmo agregado doméstico ou que, não habitando, seja cônjuge ou companheiro ou ex-cônjuge ou ex-companheiro, bem como ascendentes ou descendentes”.

Andamos muito próximo do conceito adoptado e proposto pelo Conselho da Europa que considera violência doméstica sobre as mulheres “ qualquer acto, omissão ou conduta que sirva para infligir sofrimentos físicos, sexuais ou mentais, directa ou indirectamente, por meio de enganos, ameaças, coacção ou qualquer outro meio, a qualquer mulher e tendo por objectivo intimidá-la, puni-la ou humilhá-la ou mantê-la nos papéis estereotipados ligados ao seu sexo, ou recusar-lhe a dignidade humana, a autonomia sexual, a integridade física, mental e moral ou abalar a sua segurança pessoal, o seu amor próprio ou a sua personalidade, diminuir as suas capacidades físicas ou intelectuais”.

É um conceito amplo e de índole descritiva que pretende deixar claro que aqui se incluem formas várias de violência, entre as quais se conta a própria discriminação e depreciação física, moral e intelectual.

Este conceito adoptado pelo Conselho da Europa inscreve claramente a violência contra as mulheres num plano que é também social e, por isso, extrapolado da sua dimensão estritamente doméstica.

É hoje muito claro que no âmbito da violência doméstica as maiores vitimas são, de facto, as mulheres, mas é também sabido que a violência de género não esgota nem absorve todas as formas de violência que atormentam a vida das famílias, as desfuncionalizam e as tornam muitas vezes incapazes de sobreviver.